A seleção brasileira inicia seu caminho rumo ao hexacampeonato Mundial do outro lado do mundo, sacrificando jogadores e comissão técnica, em busca dos dólares chineses. Por US$ 1,2 milhão, a equipe que enfrentará a China na quarta-feira será obrigada a cumprir uma cansativa e estressante maratona de viagem até chegar ao local do confronto em Guangzhou. No total, serão cerca de 30 horas de viagem até a cidade portuária chinesa. O início da peripécia está previsto para este sábado, com a saída da comissão técnica do Brasil, às 22 horas, com destino a primeira parada, Frankfurt, na Alemanha. Na cidade alemã, um outro avião conduziria a seleção, já formada pelos 19 atletas que atuam por clubes do exterior, até Hong Kong. De lá, finalmente a última aeronave levará a delegação até Guangzhou, com desembarque previsto para a segunda-feira, às 14h20 (4h20, horário de Brasília). "Por causa desses problemas é que precisamos manter uma base. Esse foi um dos motivos que me levaram a convocar muitos jogadores da conquista do pentacampeonato", conformou-se o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira. "Não há jeito e precisamos é aprender a conviver com as adversidades. Estou ciente de que sempre terei os atletas por somente quatro ou cinco dias." Parreira citou como exemplo o problema de tempo que terá com os quatro atletas convocados que atuam no Brasil: o goleiro Júlio César (Flamengo), o meia Kléberson (Atlético-PR), além dos zagueiros Luisão (Cruzeiro) e Anderson Polga (Grêmio). Citou o fato de que como eles embarcarão rumo à China no domingo à noite somente chegarão a Guangzhou na noite de terça-feira. O técnico da seleção ainda será forçado a realizar somente dois treinamentos com a equipe e sem a presença dos jogadores dos clubes brasileiros. O primeiro está previsto para quatro horas após o desembarque na China, o que impossibilita a realização de um treino mais forte. Isso sem contar o desgaste do atletas europeus, por causa do fuso horário de sete horas. Já a segunda movimentação, acontece na terça-feira, véspera da partida. Ao término desta primeira experiência, em sua terceira passagem pela seleção, Parreira espera ter conseguido, ao menos, o mínimo que qualquer outro amistoso contra uma equipe fraca como a China poderia lhe render: a vitória. Como bônus para o treinador, a oportunidade de conviver com atletas com os quais ainda não trabalhou e saber de alguns "medalhões", como o meia Rivaldo ou o lateral-direito Cafu, o que ainda pretendem realizar na equipe. Afinal, tempo não vai faltar para conversas, já que serão quatro dias de convivência em saguões de aeroportos, aviões, hotéis e muito pouco futebol. A saída de Guangzhou foi marcada para quinta-feira às 8h55 (22h55, horário de Brasília, de quarta-feira). O desembarque no Brasil acontece às 7h40 de sexta-feira.