Com uma determinação judicial, o desembargador Luiz Zveiter, na presidência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), negou nesta segunda-feira a posse do presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 1ª Região, Nelson Thomaz Braga, e ao advogado Francisco Mussnich, em mais um capítulo pela disputa do poder no órgão. Já Virgílio da Costa Val, José Mauro do Couto e Paulo Valed Perry começaram a exercer seus mandatos, por quatro anos, durante a sessão extraordinária realizada durante a tarde. A disputa pelo poder no STJD começou no dia 16 de julho, quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) comunicou em um ofício que Val e Couto seria seus representantes no órgão, Perry atuaria como o indicado da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), e Braga e Mussnich entrariam pelos clubes. Formariam ainda o tribunal, no total de nove auditores: Rubens Approbatto e Octávio Gomes, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de Zveiter e Luiz Lanfredi, pelo Sindicato dos Jogadores. No dia 17, o Vasco contestou judicialmente as indicações de Braga e Mussnich e, de posse de uma liminar, propiciou a eleição de Zveiter. Inconformados, no dia 19, os representantes da CBF, Anaf e os dois indicados pelos clubes, pelo ofício do dia anterior, realizaram novo pleito e elegeram o presidente do TRT para também comandar o STJD. Após várias disputas judiciais, nesta segunda-feira, todos os auditores do chamado "grupo da CBF" compareceram ao Tribunal para tomarem posse, alegando porém que existe uma briga na Justiça para validar a eleição de Zveiter como presidente do STJD. Na hora em que ia oficiar Braga e Mussnich como membros do tribunal, o advogado do Vasco, João Carlos, "lembrou" a Zveiter a existência de uma ordem judicial impedindo a posse dos dois até que "o mérito da questão" fosse julgado. Decorridos vários constrangimentos, bate-boca, e frases soltas de Mussnich e Braga, classificando de "armação" o que estava acontecendo, ambos saíram do STJD sem serem empossados. Os auditores da CBF e Anaf também ameaçaram sair, em solidariedade, mas optaram por permanecer na sessão. "Decisão judicial não se interpreta, cumpre. Não vou ficar aqui discutindo. Infelizmente não vou poder empossá-los", disse Zveiter. "Não entrarei em atrito com a Justiça. Sou desembargador e sei que não posso fazer isso." O presidente do STJD prometeu, no entanto, conversar com a juíza da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, Helda Lima Meireles, responsável pela liminar vascaína, com o objetivo de pedir que sejam validados os nomes de Braga e Musnnich, como representantes dos clubes. Mas, Zveiter voltou a negar que exista a possibilidade de sua eleição ser anulada e outra realizada com a presença dos novos auditores.