Terminou às 13h30 o depoimento do presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, o ?Caixa D?Água?, que voltou a questionar a constitucionalidade da CPI. "Eu acho que ela começou errada", disse Viana. "Não teve um fato determinado e não se vinculou a um problema público". Segundo Caixa D?Água, "do ponto de vista do conteúdo, da substância da comissão, ela não é constitucional", sentenciou o presidente da federação. Já o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), avaliou como "conivente" a relação entre a federação e o Vasco da Gama. Segundo Althoff, a CPI não tem mais dúvida de que o funcionário do clube Aremithas José de Lima "é um laranja do clube e do deputado Eurico Miranda". Lima recebeu em sua conta bancária um depósito de R$ 220 mil em março de 99, que se tratava de um repasse da federação para o Vasco. Althoff anunciou ainda que vai encaminhar as notas taquigráficas, com todo conteúdo do depoimento de Caixa D?Água ao ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), "para que o ministro tenha embasamento na hora de julgar a liminar pedida pelo senhor Eduardo Viana, impedindo a quebra de sigilos?, disse. O presidente da comissão, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), antes de encerrar o depoimento de Caixa D?Água, questionou o dirigente sobre o pagamento de suas despesas médicas, na Clínica Procardíaca, no Rio de Janeiro, quando ele sofreu enfarto. As despesas, segundo a CPI, foram de R$ 17 mil, e assumidas na íntegra pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Não considero isso imoral", desabafou Caixa D?Água. Para Geraldo Althoff, está caracterizado sonegação fiscal o fato das despesas não haverem sido declaradas por Caixa D?Água em seu Imposto de Renda como recebimento de doação. "É sonegação clara", disse Althoff.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.