A capital paraense comemorou a vitória por 1 a 0 do Paysandu sobre os argentinos do Boca Juniors, dentro do estádio La Bombonera, em Buenos Aires como se o time tivesse conquistado antecipadamente a Copa Libertadores da América. A principal avenida da cidade, a Visconde de Souza Franco, ficou repleta de veículos e de fanáticos torcedores com bandeiras e camisas do Papão da Curuzu. Nas ruas, bares e escritórios, o assunto era um só: a brilhante vitória, na raça, sobre um time que costuma se gabar de não perder para equipes brasileiras dentro do La Bombonera. "Esses argentinos ainda não viram nada. Se nós ganhamos dentro do La Bombonera, quero ver eles ferverem no caldeirão do La Papaônera", dizia o escriturário Leônidas Ferreira Braga, referindo-se ao jogo decisivo entre os dois times, no próximo dia 15, no estádio Mangueirão", em Belém. Com a mulher e os dois filhos, todos vestidos com a camisa do Paysandu, o mecânico Josias Gastão Alves distribuía sorrisos e gozações na tradicional feira do Ver-o-Peso. "Se o Brasil ainda tinha dúvidas sobre do que é capaz o Papão, agora já sabe: é time que não tem medo de ninguém". Alves não perdia a oportunidade de ironizar os torcedores do Remo, ferrenho rival do Paysandu: "conheço alguns que estão deixando de ser remistas doentes para virarem Paysandu sadios". Depois da vitória sobre o Boca, alguns mais otimistas já antevêem o Paysandu fazendo a final do mundial de clubes, no Japão, de preferência contra o Real Madri. "Já comecei a fazer um curso de japonês, para ir a Tóquio assistir o Papão na final", emendou a dona de casa Elza Santos.