PUBLICIDADE

Van Gaal: mais velho da Copa, técnico da Holanda superou câncer e teve desavenças com brasileiros

Aos 71 anos, treinador está em sua terceira passagem na seleção holandesa após deixar aposentadoria

Foto do author Marcos Antomil
Por Marcos Antomil

Louis Van Gaal é o técnico mais velho nesta edição da Copa do Mundo. Comandando a Holanda pela terceira vez, o experiente treinador de 71 anos tem um longo currículo envolvendo polêmicas e títulos em passagens bem-sucedidas por Barcelona, Bayern de Munique e Ajax. Depois de abandonar a carreira de técnico em 2019, Van Gaal aceitou o convite para reassumir a seleção holandesa dois anos depois e levá-la ao Mundial. Problemas de saúde se tornaram obstáculos no percurso, mas no Catar, o treinador se diz concentrado para levar seu país ao primeiro título mundial.

PUBLICIDADE

Louis Van Gaal está em sua terceira passagem como técnico da Holanda. A primeira vez em que assumiu o posto, fracassou, não conseguindo a classificação para a Copa do Mundo de 2002. Ele treinava o Barcelona à época e deixou o clube catalão para dirigir a Holanda, retornando pouco depois de encerrar o trabalho em seu país. O retorno à seleção holandesa serviu para reescrever sua história. Van Gaal levou seu país do Mundial de 2014 e terminou o torneio no terceiro lugar, derrotando o Brasil, país-sede, por 3 a 0.

Entre 2014 e 2016, Van Gaal foi mais uma peça a comandar o Manchester United na péssima fase que o time inglês vive desde a aposentadoria de Alex Ferguson. O holandês não teve êxito e quando se desligou do clube anunciou que se retiraria da carreira de treinador. Em 2021, porém, largou a aposentadoria para assumir o desafio de recolocar a Holanda nos trilhos após o mau desempenho de Frank de Boer como treinador na última Eurocopa. “Aceitei esse trabalho simplesmente porque não havia mais ninguém disponível”, conta Van Gaal.

Louis Van Gaal tem no zagueiro Virgil van Dijk o nome de confiança na seleção holandesa. Foto: Alberto Pizzoli/ AFP

A trajetória para classificar a seleção holandesa foi cheia de percalços fora dos gramados. Em novembro de 2021, sofreu uma microfratura lombar ao cair sobre o quadril quando tentava descer de uma bicicleta. Van Gaal cogitou não comandar a Holanda enquanto não se recuperasse, mas foi convencido pelos atletas e dirigiu o time em uma cadeira de rodas.

Em abril de 2022, Van Gaal informou que havia feito um tratamento para combater um câncer de próstata e obteve um resultado positivo. A notícia, porém, caiu como uma bomba na seleção holandesa e gerou preocupação entre seus comandados. “Quando a notícia foi divulgada, foi um choque, foi difícil, mas queríamos estar aqui para ele. Nós definitivamente vamos dar tudo de nós porque sabendo que esta será sua última Copa do Mundo”, afirmou o zagueiro Van Dijk.

Van Gaal não garante que encerrará novamente sua carreira de treinador ao término da Copa do Mundo do Catar. “Se este é o meu último torneio como técnico nacional? Essa ainda é uma questão. Imagino que sim, mas nunca se sabe. Sigo dizendo isso”, afirmou o treinador. Seu substituto na seleção holandesa é um velho conhecido e está definido: Ronald Koeman, ex-Barcelona.

BRASILEIROS NO CAMINHO

Campeão da Liga dos Campeões com o Ajax em 1995, Van Gaal mediu forças com o Grêmio, de Luiz Felipe Scolari, na final do Mundial. A equipe holandesa levou a melhor nos pênaltis após empate sem gols.

Publicidade

O treinador também teve problemas com jogadores brasileiros ao longo da carreira. Não são raras as críticas à sua personalidade e maneira como lida com os atletas. Ídolo do Santos, Giovanni classificou Van Gaal como “louco” e “Hitler com os jogadores brasileiros” por seu orgulho e arrogância.

O gatilho para a desavença entre os dois seria uma ocasião em que o técnico fez Giovanni viajar com o time a Tenerife para um jogo do Campeonato Espanhol para avisá-lo após aterrissarem que não iria escalá-lo. A lista de desafetos brasileiros é longa e também inclui os penatacampeões Lúcio e Rivaldo, além do lateral Rafael, com quem trabalhou no United.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.