Depois de errar na largada do GP do Japão, Lewis Hamilton submeteu-se ao completo isolamento para disputar a etapa de Xangai. "Conversei com bem pouca gente, não acessei a internet tampouco li jornais", disse, ontem, o vencedor da prova da China. "Cheguei aqui para este fim de semana carregado de energia e nada foi capaz de me fazer desviar de meus objetivos", explicou o inglês que, com brilhante desempenho, viu suas possibilidades de ser campeão crescerem muito. Foi sua quinta vitória na temporada, como Felipe Massa, e a nona na carreira de 34 GPs, ou seja, ganhou 26,4% das provas que disputou. O primeiro desafio de Hamilton encontrava-se na largada. Estava cercado de "inimigos", Kimi Raikkonen e Felipe Massa, da Ferrari, e Fernando Alonso, da Renault. Não foram poucos os que acreditaram que poderia se perder emocionalmente e cometer novo equívoco. "Dei uma das melhores largadas do ano e comecei a contornar a primeira curva sem ameaças, tranqüilo." A partir daí aproveitou-se muito bem da maior velocidade do seu carro. "Eu pude abrir boa diferença para Raikkonen e Massa." Apenas na décima volta Raikkonen registrou um tempo melhor que o seu. Até lá o piloto da McLaren foi sempre mais veloz que a dupla da Ferrari. "Deus esteve conosco todo o fim de semana e a equipe realizou um trabalho fenomenal, pilotar meu carro era um sonho de tão fantástico." Sem ninguém para ameaçá-lo, Hamilton pôde administrar sua vantagem. "Sabia que seria inevitável Raikkonen permitir a Massa ultrapassá-lo." Agora ele embarca para a etapa decisiva do Mundial, dia 2 em Interlagos, em condições parecidas com as do ano passado,com 7 pontos de vantagem para o segundo no Mundial, Massa, 94 a 87. "É tudo bem diferente desta vez", afirmou Hamilton. "Aprendi muito, antes tudo era novidade para mim. Demos hoje outro passo adiante no meu sonho (ser campeão)." Basta um quinto lugar para Hamilton, independente da colocação de Massa, garantir o campeonato e se tornar, aos 23 anos, o mais jovem campeão da história.