Mais um triste episódio de racismo abalou o futebol mundial, agora nas categorias de base e em preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Restavam três minutos para o fim do amistoso contra Honduras, quando a seleção olímpica alemã abandonou o campo, em Wakayama, no Japão, neste sábado, alegando insultos raciais contra seu zagueiro, Jordan Torunarigha.
O defensor teria sido ofendido por um hondurenho em campo, já que o jogo era disputado com portões fechados. O confronto estava 1 a 1, e o defensor ficou bastante irritado com o que ouviu. A seleção, então, optou por se solidarizar com um de seus atletas e não terminar o amistoso. Ainda fez questão de noticiar o ocorrido em suas redes sociais, acusando o oponente de desrespeito racial.
"Quando um de nossos jogadores é abusado racialmente, continuar jogando não é uma opção", disse o técnico Stefan Kuntz. Enquanto o grupo prestou solidariedade ao zagueiro, ele não escondia sua decepção e deixou o campo irritado, bastante triste, e com uma toalha azul tapando o rosto, envergonhado.
Primeira adversária do Brasil na Olimpíada, a Alemanha fazia seu último amistoso antes da estreia marcada para quinta-feira, às 8h30 (de Brasilia), em Yokohama. Apesar de todo o descontentamento com o ocorrido, os alemães viram os hondurenhos tratarem o caso como um "mal-entendido."
Também pelas redes sociais, a federação adversária negou a acusação de racismo dos alemães. "A partida terminou aos 87 minutos por abandono devido ao fato de um jogador alemão ter alegado um suposto insulto racista por parte de um integrante da seleção hondurenha. A Federação Nacional Autônoma de Futebol de Honduras expressa que a situação passa por um mal-entendido dentro de campo", se defendeu Honduras.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.