Jogadores de tênis de mesa do Brasil, Camarões, Jordânia e Romênia têm duas metas comuns e muito simples: sobreviver o máximo possível na competição e mostrar aos amigos em casa que suas chances no esporte não eram assim tão mínimas. Nenhum desses países é conhecido por sua força nesse esporte e ninguém imagina que poderá derrotar os donos da casa: a equipe chinesa, que tem entre seus objetivos tomar as quatro medalhas de ouro do tênis de mesa. "Não existem muitos jogadoras na Jordânia e meus amigos pensam que meu esporte é bem esquisito", disse Zeina Shaban, de 20 anos, a única de seu país na modalidade e que será sua porta-bandeira na cerimônia de abertura desta sexta-feira. "Algumas vezes me sinto desmotivada pelos chineses serem tão fortes, mas é assim. Eles treinam como loucos", ela disse. A única representante do Brasil é Mariany Nonaka, de 20 anos, que está participando de sua segunda Olimpíada, como Shaban. "Para mim, no Brasil, é duro, porque são poucas pessoas que praticam. Então eu treino na Europa", ela disse. "Os melhores jogadores são daqui da China. Vai ser bem difícil, mas é a vida..." O único romeno competindo no tênis de mesa é Adrian Crisan. Depois de ficar entre os 64 em Sydney 2000 e em entre os 32 em Atenas, quatro anos mais tarde, agora brigará para ficar entre os 16. "O esporte é tão popular por aqui... Qualquer um dos outros países verá que os chineses são muito difíceis de serem derrotados", disse Crisan, número 21 do mundo, que foi levado ao tênis de mesa pelo pai. Crisan reclama da falta de verba e interesse pelo esporte na Romênia. "O futuro não é tão bom. Não há muitos jogadores jovens", ele disse. Ex-campeã africana, Fomum Victorine, de Camarões, mantém expectativas bem modestas. "O tênis de mesa é muito praticado em meu país, mas há bem poucas competições", disse a número 765 do mundo. "O principal, aqui, é participar."
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