PUBLICIDADE

Obsessão por segurança leva polícia chinesa ao exagero

Moradores de Pequim são obrigados a responder sobre sua vida particular e movimentação financeira

PUBLICIDADE

Por Emma Graham-Harrison
Atualização:

Vivendo em Pequim? O governo vai querer saber o tamanho de seus sapatos, seu grupo sanguíneo, afiliação política e de onde vem o seu dinheiro. Esse é um dos aspectos da obsessão por segurança que vive a cidade-sede das Olimpíadas. Questionários entregues a um executivo da região leste de Pequim ainda requisitavam detalhes técnicos completos sobre a rede de computadores de sua companhia e detalhes de conexões na Intenet. Pequim elevou a segurança dos Jogos com lançadores de mísseis guardando os principais locais de competição e uma força especial com 100 mil homens em alerta máximo para prevenir ataques terroristas. Os moradores da capital têm se acostumado com o excesso de intromissão das autoridades policiais em suas vidas. Visitantes, mesmo aqueles que vão ficar por apenas uma noite, devem se registar no posto policial local. Policiais, por vezes, chamam para perguntar o motivo, caso isso não tenha sido feito. Na zona central da cidade até mesmo residentes antigos têm que portar cartões especiais de identidade. O dono de um restaurante disse que seus funcionários foram alertados para não conversar com seus clientes estrangeiros nada além de seus pedidos. Mas os formulários da polícia a que a Reuters teve acesso, destinados a oriundos de Hong Kong, Taiwan, executivos japoneses e trabalhadores estrangeiros da inciativa privada são particularmente invasivos quanto a detalhes em questões pessoais. Alguns deles incluem registros criminais. Entre as mais de 100 informações a serem preenchidas estão "a última vez em que violou uma lei", "data em que saiu da prisão" e "fonte de recursos". O documento também pergunta sobre nível cultural ou formação escolar, traços característicos e locais que mais frequenta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.