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Por medalha feminina inédita no judô, beleza fica de lado

Chefe da equipe brasileira diz que é difícil colocar na cabeça que mulheres precisam ser fortes para vencer

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Por Ian Ransom
Atualização:

Ney Wilson, chefe da equipe brasileira de judô, quer que suas atletas desafiem o estereótipo nacional de "garotas-dos-biquinis" para encarar o desafio de conquistar sua primeira medalha olímpica. Veja também:  CBJ ainda pensa em levar reserva de Érika Miranda para Pequim  O desempenho do Brasil nos Jogos Olímpicos O Brasil, que soma 12 medalhas desde que essa arte marcial entrou no programa olímpico em Tóquio-1964, vem brigando para colocar as moças no mesmo alto nível dos homens. "Precisamos estar bem fisicamente e magros, para ir para a praia...", disse. "É realmente difícil colocar na cabeça que mulheres precisam ser fortes para ser campeãs. Elas têm boa técnica. A diferença de força é um problema", afirmou Wilson. "Se conseguirmos um ouro aqui, e duas outras medalhas, e uma for das garotas, será o céu." O Brasil, que na equipe masculina está com três campeões mundiais e dois medalhistas olímpicos, sonha em quebrar a tradicional força do Japão nesse esporte. "O trabalho que a Confederação Brasileira vem fazendo é ótimo. Olhando a lista das minhas adversárias aqui, não enfrentei uma ou duas", disse Katleyn Quadros, da categoria  até 57 kg. A judoca de 21 anos não gostou quando a campeã olímpica de Atenas, a alemã Yvonne Boenisch, disse em fevereiro, na Super World Cup em Paris, que a nova geração brasileira feminina do judô era muito bonita de corpo. "Eu só quero ser tão forte quanto possa ser. Não vou ganhar sendo uma modelo", disse a atleta de Brasília.

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