Livio Oricchio - O Estado de S.Paulo
O espanhol explicou que o desenvolvimento da equipe Ferrari foi atingido. Na etapa final, em Abu Dabi, no máximo serão introduzidos detalhes no carro. Realista, como se estivesse fora da batalha final, ao contrário de protagonista, comentou: "Todas as cartas estão sobre a mesa, cabe a nós jogarmos bem e depois ver o resultado." Por razões estratégicas, Alonso diminuiu a importância da quebra do motor, de manhã, alegando tratar-se de um V-8 no limite da vida útil. Ele e Felipe Massa, companheiro de Ferrari, usam unidades já utilizadas em outras provas. O abandono de Massa, também ontem, ainda que a alegação seja outra, pane na embreagem, espelha dificuldades técnicas da equipe em Interlagos. Não será fácil para Alonso e Massa completarem as desgastantes 71 voltas do 39.º GP do Brasil, diante do esperado calor para amanhã e da necessidade de usar motores já com elevada quilometragem. Destino ou sorte. O teor do discurso de Alonso, ontem, sugere reforçar a ideia de que a Ferrari terá de administrar muito bem sua participação na corrida, amanhã, para ele e Massa receberem a bandeirada. "O que acontecerá no campeonato é uma questão mais de destino ou mesmo sorte", afirmou Alonso. Faz sentido se acreditar numa performance mais conservadora de Alonso, principalmente, aproveitando-se da vantagem de 11 pontos na liderança da classificação. O espanhol pode deixar a decisão do título para o domingo seguinte, em Abu Dabi, e, por isso, não vê necessidade em se arriscar muito. Massa, por estar fora da luta pelo título, deverá partir para o ataque, já que como falou Alonso, quinta-feira, se o brasileiro puder vencer as duas etapas finais será um grande negócio para a Ferrari e ele próprio, na luta por seu terceiro título, o primeiro na equipe italiana.