Blackberry vira moda entre os jovens

Aparelho, popular entre empresários e executivos, conquistou os filhos deles que querem estar conectados aos amigos 24 horas por dia. A ideia do fabricante é desenvolver em parcerias com outras empresas, aplicativos interessantes para esses clientes

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Por Redação
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Até pouco tempo atrás, os smartphones BlackBerry frequentavam apenas ambientes corporativos, reuniões de acionistas, almoços de negócio. Mas a rotina deles está mudando: já são levados de um lado para o outro em mochilas descoladas, passam horas na sala de aula, vão para o inglês, para a natação, para o judô e, vez ou outra, aparecem numa "balada". O aparelho já não é exclusividade de empresários e executivos. Os filhos deles, adolescentes, também se renderam ao BlackBerry. No Brasil, a tendência é recente. Nem a própria Research in Motion (RIM), fabricante do aparelho, teminformações precisas sobre os novos clientes. Mas está se preparando para atendê-los melhor. Há três meses, contratou uma consultoria para traçar o perfil desse público e descobrir o que eles esperam encontrar num smartphone. A ideia é desenvolver em parcerias com outras empresas, aplicativos interessantes para esses clientes. Os modelos que chegam ao Brasil são iguais aos que são vendidos em outros países. Isso não vai mudar. Mas os adolescentes poderão, cada vez mais, personalizar os serviços do seu aparelho. Hoje, eles já fazem isso e levam para a tela principal os ícones mais acessados, como redes sociais. "Por enquanto, sabemos que esses jovens são viajados, têm amigos fora do País, e, em sua maioria, descobriram o aparelho em casa, brincando no telefone dos pais", diz Adriano Lino, gerente de inteligência de mercado da RIM no Brasil. "É um público classe A", resume o pesquisador inglês, Tim Luca, que integra a equipe responsável por encontrar e estudar o mercado jovem de smartphones. Os jovens não foram atraídos pelos mesmos motivos que os adultos. Os executivos usam o BlackBerry basicamente para checar e-mails e se manter acessíveis mesmo longe do escritório. Os filhos deles querem estar conectados aos amigos 24 horas por dia. Não era essa a intenção da RIM quando desenvolveu o BlackBerry Messenger (ou o BBM), mas ele caiu como uma luva para os adolescentes. O sistema é uma mistura de rede social com um comunicador instantâneo. Para ser mais simples: um Facebook com MSN. A troca de mensagens é feita apenas entre proprietários do aparelho e para se comunicar eles adicionam uns aos outros à lista de amigos. O serviço é gratuito, para alívio dos pais. Alessandra Gradim, de 15 anos, já está no seu segundo BlackBerry. Quando estreou o smartphone no ano passado, trocava mensagens com 15 amigos da escola. Nem todo mundo tinha o aparelho. Agora, virou febre. A lista já passa de 350. "Eu praticamente não uso o telefone, me comunico só por mensagem o dia inteiro." A RIM divulga apenas dados globais. Na semana passada, o copresidente da companhia, Jim Balsillie, disse que a empresa tem 60 milhões de assinantes e pretende atingir a marca de 100 milhões nos próximos dois anos.

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