As famílias brasileiras estão mais otimistas e devem manter essa confiança em 2012. Essa é a conclusão da análise do Índice de Expectativa das Famílias (IEF), divulgado ontem, e que subiu para 67,2 pontos em dezembro - ante 63,7 pontos em novembro e 64,6 em dezembro de 2010. A pesquisa é realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O resultado de dezembro passado é igual ao de janeiro de 2011 e também é o maior apurado na série, que teve início em agosto de 2010 - dentro de uma escala que vai de 0 a 100 pontos, é considerado indicador de otimismo. A pesquisa é feita mensalmente em 3.810 domicílios em mais de 200 municípios do País. De acordo com o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o otimismo das famílias brasileiras deve-se à confiança de que o país continua crescendo mesmo que em um ritmo menor e que, ainda assim, o crescimento registrado permitiu a ampliação dos postos de trabalho, além da elevação da renda, principalmente nos segmentos que constituem a base da pirâmide social."Dezembro é um mês em que se recebe o décimo terceiro salário e em que se ampliam as vagas de trabalho temporárias, alimentando a esperança de que isso continue em 2012". O Centro-Oeste aparece como a região com melhores expectativas, com 77,4 pontos, seguido pelo Sul (70,3 pontos), Sudeste (66,9), Nordeste (64,1) e Norte (62,4 pontos). Na pesquisa, o Ipea questiona as famílias sobre a situação econômica nacional, a percepção em relação às condições financeiras passada e futura e a expectativa sobre decisões de consumo, mercado de trabalho, endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas. Em relação às condições do Brasil no curto prazo, 64,4% das famílias acreditam que o País passará por melhores momentos nos próximos 12 meses, ante 60,1% em novembro. Também de acordo com a pesquisa, 78,2% das famílias responderam que estão melhor financeiramente hoje do que há um ano, ante 74,7% em novembro. No levantamento, 86,6% das famílias consultadas têm expectativas positivas sobre sua situação financeira no futuro, ante 82,7% em novembro do ano passado. Mais otimistas A maioria, ou 57,4% dos consultados, acredita que agora é um bom momento para adquirir bens de consumo duráveis, nível 1,8 ponto porcentual acima de novembro. Pochmann diz que as pessoas com maior grau de escolaridade são as mais otimistas enquanto as de menor grau de escolaridade são as mais pessimistas. Os dados indicam que, entre os otimistas, 73% têm nível superior, acima dos 63,2% registrados no mês de novembro. Entre os pessimistas, estão 57,7% que não têm escolaridade, menos do que no mês anterior (59%). A classe sem escolaridade teve crescimento das expectativas negativas, para os próximos 12 meses, de 26,4%, registrados em novembro, para 30,3%, em dezembro. Em relação ao emprego, 78,9% dos consultados se sentiam seguros em relação à ocupação do responsável pelo domicílio, nível que vem se mantendo desde julho, mas 57,2% não esperavam em dezembro conseguir melhorias profissionais para o chefe da casa nos próximos seis meses.