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Calote recorde no crédito para automóveis

Os números estão entre os motivos que levaram o governo a anunciar na segunda-feira passada o pacote de redução de imposto e liberação de crédito para o setor

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Por Redação
Atualização:

Eduardo Cucolo e Fernando Nakagawa A inadimplência nas operações de crédito para compra de veículos bateu recorde em abril, mês em que as concessões recuaram e os prazos de financiamento voltaram a encolher, segundo o Banco Central. Os números estão entre os motivos que levaram o governo a anunciar na segunda-feira passada o pacote de redução de imposto e liberação de crédito para o setor. A taxa de atrasos acima de 90 dias (prazo para classificação de inadimplência) passou de 5,7% em março para 5,9% no mês passado, maior porcentual da série iniciada em junho de 2000. Em dezembro de 2010, a taxa estava em menos da metade: 2,5%. Se forem contabilizados também os pagamentos vencidos a menos de 90 dias, o porcentual de dívidas em atraso mínimo de 15 dias sobe para 15% do total de empréstimos para compra de carros. O aumento nos atrasos levou os bancos a reduzirem ainda mais os prazos, que caíram pelo 10º mês seguido e retornaram aos níveis da crise de 2009. Também cortaram a liberação de empréstimos, que recuou 10% no primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2011. "O prazo menor reflete a adoção de medidas para o setor de veículos e também a cautela maior dos bancos", disse o chefe do departamento econômico do BC, Túlio Maciel. A notícia positiva ficou por conta da redução nos juros para esses empréstimos, que chegaram a 26% ao ano em abril, menor porcentual desde dezembro de 2010 (25,2% ao ano). Questionado sobre o que poderia ser feito para destravar o crédito para veículos, Maciel disse que a ampliação de prazos, compromisso assumido no início da semana pelos bancos junto ao governo, reduz o valor das parcelas mensais, o que pode atrair mais clientes para o setor. "Historicamente, prazos maiores são um atrativo adicional para as concessões de financiamento", disse Maciel, que fez uma ressalva: "Ao mesmo tempo, prazos maiores significam risco maior. Portanto, é preciso ponderação e não necessariamente os prazos tendem a se estender", disse.

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