Carnaval vira vitrine para a sua empresa

Há várias chances de negócios, inclusive para setores sem muita relação com as comemorações. Para garantir o bom desempenho nas passarelas, essas agremiações contam agora com o trabalho de empreendedores individuais

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Por Redação
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Roberta Cardoso O carnaval mudou para melhor e está mais profissional. E esse salto de qualidade das escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo não ocorre apenas por conta da extrema dedicação de passistas animados. Para garantir o bom desempenho nas passarelas, essas agremiações contam agora com o trabalho de empreendedores individuais, além de pequenas e microempresas que muitas vezes brilham mais do que o colorido das fantasias. "Hoje, as escolas precisam se apoiar na chamada 'economia criativa'. Não há mais espaço para o mambembe. Elas necessitam de ateliês para a confecção do figurino, de empresas que façam sapatos que não machuquem os pés de quem vai desfilar, de serviços de iluminação, entre tantos outros", afirma Marcelo Guedes, diretor do curso de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). "O carnaval move várias cadeias de negócios. Ele mexe com todo o entorno e abre espaço, principalmente, para as empresas de pequeno porte ", analisa o especialista. Darcy Silva, presidente da escola de samba Vai-Vai, confirma a tendência. "Durante muito tempo, a comunidade trabalhava por amor. Mas para ser vencedor em um território tão competitivo, não podemos contar somente com a boa vontade das pessoas. Precisamos de comprometimento e de superação de metas. Para ter isso, é necessário pagar salários e contratar empresas. Na Vai-Vai, temos uma folha de pagamento que contempla 90% das pessoas que trabalham lá." A Mocidade Alegre, outra agremiação paulistana, segue o mesmo caminho da rival Vai-Vai. De acordo com Solange Bichara Rezende, presidente da escola, para tentar superar as concorrentes é necessário contratar profissionais -- em sua maioria empreendedores individuais -- em outras regiões do País. "É comum a escola buscar a mão de obra que faz o festival folclórico de Parintins, no Amazonas. E disputamos esses profissionais autônomos com outras agremiações", conta. Na Vai-Vai, a presença de pequenos empreendimentos fica mais visível em uma comissão que atua na harmonia. As 13 pessoas que trabalham nessa área têm a concessão de produzir e vender figurinos, o que já as torna, de certa forma, empresárias. "Elas contratam empresas de confecção, fornecedores de materiais e prestadores de serviço. Há vários 'braços' trabalhando em uma fantasia", analisa o presidente da escola de samba paulistana. "Vai ter a empresa que, por exemplo, só fará o bambolê que irá para a ala das baianas, a que fará os sapatos de uma ala infantil ou ainda a que será responsável pelos chapéus que os componentes da bateria vão usar", acrescenta Darcy Silva. Segundo o carnavalesco, para aprontar tudo a tempo do desfile, a Vai-Vai busca empresas em todo o País durante os doze meses do ano, e não apenas na véspera da festa. E muitas vezes esses empreendimentos não têm ligação com o samba. O pioneirismo brasileiro em festas de grande porte, inclusive, abre um manancial de oportunidades para os negócios de pequeno porte fora do Brasil. "Nesse processo, têm espaço para crescimento segmentos como o de alimentação, logística e transporte, computação gráfica, entre outros", analisa Marcelo Guedes, especialista da ESPM. Mas para ter sucesso, é preciso antes de mais nada mostrar competência frente aos concorrentes. "A empresa que tiver um bom portfólio pode vender seus produtos e serviços para o carnaval da Bahia, do Rio Grande do Sul, para o de Veneza, na Itália, assim como para mercados que ainda não foram explorados ", aponta Guedes.

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