O conselho do Carrefour aprovou um plano controverso proposto pela empresa de investimento brasileira Gama para combinar os ativos do grupo varejista francês com os do Grupo Pão de Açúcar (Companhia Brasileira de Distribuição, ou CBD). A fusão criaria a maior empresa de varejo do Brasil e tem gerado hostilidade com o também francês Casino, que divide o controle do Pão de Açúcar com a família Diniz. "O conselho de diretores considerou que essa proposta criará valor para o Carrefour e o CBD, bem como para seus acionistas, e acredita, nessas condições, que os méritos do projeto vão favorecer um consenso", informou o Carrefour em um comunicado. Na semana passada, o banco de investimento brasileiro BTG Pactual, controlador da Gama, divulgou uma proposta pra fundir o Pão de Açúcar com as operações brasileiras do Carrefour. No entanto, o Casino estava se preparando para assumir o controle da varejista brasileira em 2012, com base em um acordo de acionistas anterior, e classificou o plano da Gama de hostil e ilegal. Sinergias O Carrefour informou que seu conselho diretor considerou que o plano está totalmente em linha com a estratégia da companhia de fortalecer sua presença em seus principais mercados de crescimento e criará valor para o grupo. Sinergias anuais estão sendo calculadas entre 600 bilhões de euros e 800 bilhões de euros, segundo o Carrefour. Se a transação for concluída, o Carrefour aumentará significativamente sua exposição a mercados em crescimento, que corresponderão a mais de 40% de suas vendas consolidadas em 2013, disse a companhia. "A entidade resultante da fusão se beneficiaria do conhecimento do Carrefour e do CBD sobre o formato de hipermercados, da posição forte do CBD no segmento de supermercados e da liderança do Carrefour em 'Cash & Carry'. A companhia também seria um líder no mercado de rápido crescimento para aparelhos domésticos por meio das marcas Ponto Frio e Casas Bahia", acrescentou o Carrefour. A decisão do conselho do Carrefour é condicionada à aprovação do Pão de Açúcar à proposta da Gama e à aprovação do conselho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Danielle Chaves
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