Vítor Marques
Ronaldo costumava dizer que tinha costas largas. Roberto Carlos também não fugia da responsabilidade e até admitia seus erros. Mas veio a queda na Libertadores, a crise e os dois viraram passado para o Corinthians.
Agora a pressão por resultados imediatos está toda concentrada sobre uma única pessoa: o técnico Tite, que vai repetir pela terceira vez seguida a escalação da equipe hoje, contra o Mogi Mirim, às 21h50, no Pacaembu.
"A responsabilidade do técnico permanece inalterada, é a mesma. Ele é sempre o primeiro, a responsabilidade dos atletas agora vai se diluir", disse Tite.
A diretoria deu ao treinador um voto de confiança no processo de retomada, suportando a pressão (externa e interna) para demiti-lo após a eliminação na Libertadores.
Tite se reuniu com o presidente Andres Sanches e pediu que ele mantivesse os jogadores que estão no elenco, além de solicitar reforços. Não ouviu garantias de nenhuma das duas coisas. E Sanches deixou claro que ganhar o Paulistão virou obrigação e que começar bem o Brasileiro é imprescindível.
"Estamos vivendo um momento de transição, tentando manter um padrão, mas a vinda de atletas do perfil do Liedson é importante, e a diretoria sabe disso", falou Tite, que cancelou o treino com bola marcado para ontem por causa da chuva.
Nessa fase de transição, ele promoveu várias mudanças no time. A principal foi a volta da linha de quatro jogadores no meio de campo, com dois meias - embora Jorge Henrique volte muito, deixando Liedson constantemente isolado no ataque.
O esquema, que o técnico chama de 4-2-3-1, transformou o Corinthians num time que cadencia mais o jogo, com Danilo e Ramirez, e aproveita muito os contra-ataques com Liedson.
Contra o Paulista, Tite usou muito a velocidade e só não venceu porque a equipe estava em uma tarde ruim - Liedson, por exemplo, perdeu duas grandes chances. Essa tática deverá se repetir hoje. E Tite já disse aos jogadores que exige uma vitória para recuperar o terreno perdido.