Jamil Chade
Zurique, Suíça - A Fifa abafou a investigação contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. "Não há absolutamente nada contra ele", disse ao JT o secretário-geral Jérôme Valcke ao deixar a coletiva de imprensa ontem em Zurique. Teixeira havia sido citado por David Triesman, ex-cartola britânico, como tendo pedido favores em troca de seu voto pela Inglaterra para sediar a Copa de 2018. Para fechar o caso, a Fifa resolveu ignorar a declaração de Triesman, apesar de ela ter sido feita sob juramento diante do Parlamento inglês.
Sexta-feira a Fifa recebeu um dossiê completo das alegações e, segundo Valcke, os documentos concluíram que não há nada provado contra o presidente da CBF. A base da decisão de não investigar foi o fato de que a acusação não foi confirmada por outros delegados da entidade de futebol na Inglaterra. A palavra de Triesman, ex-diplomata e ex-presidente da Associação de Futebol da Inglaterra, foi assim considerada como isolada e suas declarações sob juramente não foram levadas em consideração.
Valcke não disse quais eram as provas que inocentaram Teixeira nem aceitou entregar o dossiê que havia recebido. "Quando essas alegações surgiram, pedimos à Associação de Futebol (da Inglaterra) que nos enviasse as informações. Teixeira está completamente limpo."
Segundo ele, os investigadores tomaram as acusações de Triesman e confrontaram outras três pessoas sobre o assunto. Como não confirmaram a informação, decidiram que estava na hora de fechar o caso.
Blatter limpo. Por enquantoA Fifa também limpou a barra de seu presidente, ao tomar a palavra dele como a única verdade, o absolvendo, suspendendo seu rival, Mohamed Bin Hammam, e mantendo as eleições para esta semana, com apenas Joseph Blatter como candidato.
Mas essas manobras podem naufragar. O JT obteve informações de que Blatter foi acusado ontem mesmo de ter pago US$ 100 mil (R$ 160 mil) por votos de federações nacionais e os cartolas punidos ontem pela entidade prometem um "tsunami" de evidências contra a administração da Fifa.
Blatter só se manifestou através de um breve comunicado. "Lamento o ocorrido, a imagem da Fifa foi manchada. A Comissão de Ética tomou sua decisão e não quero comentá-la em detalhes." O secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu que o escândalo tem de ser um divisor de águas na entidade. "Isso nunca mais pode ocorrer. A Fifa precisa mudar e o momento desse escândalo não poderia ser pior."