Indústria perde ritmo em dezembro, diz CNI

Pela sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de produção no mês passado foi para o terreno negativo e registrou 42,1 pontos

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Por Redação
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Célia Froufe Depois de ganhar um pouco de fôlego em novembro, a indústria perdeu o ritmo e voltou a dar sinais de contração no último mês de 2011. Pela sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o nível de produção no mês passado foi para o terreno negativo e registrou 42,1 pontos. A escala vai de zero a 100 pontos. Leituras abaixo de 50 pontos indicam retração. Além disso, a CNI identificou que o setor usou apenas 71% de sua capacidade instalada. Mais uma vez, é um indicador negativo, já que essa utilização estava em 75% em novembro e em 76% em outubro. Há um ano, a indústria opera todos os meses com a capacidade abaixo do usual para o período. Tão ruim quanto o resultado efetivo de dezembro é a expectativa pouco otimista dos empresários para os negócios este ano. A maior preocupação dos industriais em 2012 é com a retração da demanda nos mercados doméstico e externo. Nesse cenário de consumidores menos propensos a gastar, o setor tende a reprimir investimentos, justamente o que o governo não quer que ocorra. Este mês, os empresários recuperaram parte de suas projeções positivas em relação a dezembro. Mas a entidade não identificou o mesmo entusiasmo visto no início de cada ano, como em 2010 e 2011. "As expectativas foram mergulhando com a alta dos estoques e a redução da atividade", disse o gerente executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, a perspectiva de falta de demanda tem minado o otimismo do empresariado. Principalmente, segundo Fonseca, porque o esfriamento da economia brasileira teve mais impacto na indústria do que em outros ramos. Além disso, a escassez de crédito, apontou a sondagem, voltou a incomodar os empresários. Novo ano Estoques mais baixos e juros em queda levaram à ligeira melhora na confiança do empresário em janeiro. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) teve alta de 0,6% em janeiro em relação ao mês anterior. Embora mais fraco que o de dezembro (1,1%), o resultado veio acompanhado pela melhora do Nível de Utilização de Capacidade Instalada (Nuci), de 83,4% para 83,7%, o mais elevado em seis meses, já descontadas as características específicas do período. "A alta do Nuci mostrou que as empresas estão conseguindo se livrar dos estoques, que estavam em alta no final do ano passado", disse o economista da FGV Aloísio Campelo. A prévia abrange 802 empresas, dois terços do total do ICI, que terá o saldo integral do mês divulgado em 31 de janeiro. COLABOROU ALESSANDRA SARAIVA

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