Luciele Velluto O bom momento da economia teve reflexos na quantidade de empresas fechadas em outubro no País. O Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperação apontou queda no número de companhias que encerraram suas atividades no período em relação a setembro e ante o mesmo mês de 2009. O destaque foram as micro e pequenas empresas, que registraram o segundo menor patamar para esse indicador desde o início da série histórica, em 2005. A pesquisa mostra que 53 empresas tiveram a falência decretada em outubro deste ano. Em setembro foram 57 casos desse tipo e, no mesmo período de 2009, foram 83. No caso das MPEs, o número do mês passado foi de 46 (só perde para dezembro de 2008, com 39), ante 50 em setembro e 74 em outubro do ano passado. "Estamos em um momento favorável da economia. Enquanto houve um aumento das falências em outubro do ano passado por causa da crise, agora temos queda por causa do crescimento da economia", explica Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. Ele também acredita que houve melhora na gestão das empresas por parte dos seus empreendedores. No acumulado do ano foram 623 empresas que faliram até outubro na comparação com 710 mesmo período de 2009. No caso das micro e pequenas empresas, o número cai para 557, menor que 654 que fecharam as portas no mesmo mês de 2009. Para o consultor do Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa de São Paulo (Sebrae-SP), Pedro João Gonçalves, os dados de faturamento das micro e pequenas empresas até agosto levantados pela entidade reforça o bom momento da economia e a influência sobre as MPEs. "O crescimento do faturamento foi de 10,5% no acumulado do ano. Isso favorece as empresas que tiveram problema em 2009 e, agora, podem quitar suas dívidas e investir", diz. A Soluções Consultoria, empresa de regularização imobiliária, enfrentou problemas no ano passado com a suspensão de projetos que encomendados por grandes companhias. "A partir do segundo semestre, muitas paralisaram os projetos de expansão. Acabamos até demitindo funcionários e fazendo um empréstimo", conta Paulo Donizete Martins, analista financeiro da empresa. Em 2010, os contratantes da Solução retomaram os projetos e ela voltou a contratar. "Recuperamos o mesmo número de funcionários e estamos com muitos projetos. Este ano não vamos precisar de empréstimo", diz Martins.