O ministro do Esporte Orlando Silva voltou nesta segunda-feira a cobrar agilidade de São Paulo para não perder a chance de receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Apesar do atraso nas obras, a cidade ainda é a favorita para receber a abertura do Mundial. "Ainda dá tempo, mas São Paulo está no limite. São pelo menos 30 meses para que um estádio padrão Fifa fique pronto, e estamos há 35 meses do início da competição. Estes cinco meses é a margem mínima de segurança", declarou, em entrevista à rádio Estadão ESPN.
O Itaquerão, estádio do Corinthians que está sendo construído na zona leste da capital paulista, deve ser o palco dos jogos. Na semana passada, os vereadores paulistanos aprovaram uma isenção fiscal de R$ 420 milhões para as obras da arena, fato elogiado pelo ministro. "A Copa, além dos jogos, traz ganhos econômicos para o País. Serão gerados 700 mil empregos no Brasil. E São Paulo certamente terá uma receita muitas vezes superior do que aquilo que foi ofertado na forma de incentivos fiscais para o estádio em Itaquera."
De acordo com Orlando Silva, a hipótese de São Paulo ficar fora do Mundial não é nem cogitada, pelo menos por enquanto. "É a cidade mais importante do Brasil e uma das mais importantes do mundo. O País tem muito a ganhar com SP não só na Copa, mas como um dos grandes protagonistas do evento."
Divergências. Na Estadão ESPN, o ministro também negou que o governo brasileiro esteja recebendo broncas da entidade máxima do futebol. "A Fifa não tem moral nem autoridade para puxar orelha de ninguém, assim como nós não puxamos a orelha deles. O que existem são divergências entre governo do Brasil e Fifa. Cada um defende seus interesses, é absolutamente natural."
Ele também falou que, assim como havia sido prometido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não há dinheiro público investido diretamente em estádios. "O que o BNDES faz é empréstimo, assim como acontece em diversos outros empreendimentos privados. É uma operação bancária, o banco ganha com isso, cobra juros."
Na entrevista, Orlando Silva também defendeu o Regime Diferenciado de Contratações, projeto já aprovado na Câmara Federal. "Queremos diminuir a burocracia e garantir competitividade entre empresas, assim podemos diminuir a corrupção. O contribuinte certamente saberá quanto foi o gasto público com as obras."
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