Restaurantes menores descobrem a internet

Aos poucos, os pequenos restaurantes descobrem na internet uma aliada no incremento de suas atividades. Já há estabelecimentos na capital que aceitam pedidos pela rede para entregar no endereço do cliente

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Por Redação
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MARCOS BURGHI Aos poucos, os pequenos restaurantes descobrem na internet uma aliada no incremento de suas atividades. Já há estabelecimentos na capital que aceitam pedidos pela rede para entregar no endereço do cliente. Para atrair consumidores ao novo canal de vendas, realizam promoções ou dão descontos em relação ao cardápio físico. A diferença pode chegar a 10%. Fernando Falkowicz, sócio da rede de quiosques de comida japonesa Japs Corner (www.japscorner.com.br) descobriu o serviço há três meses. "Implantei o recebimento de pedidos pela internet por sugestão de amigos, com o objetivo de aumentar as vendas", afirma. No mercado há três anos, Falkowicz diz que o impacto no faturamento ainda não é significativo, mas que alguns clientes se tornaram adeptos do serviço e só pedem pela rede. Segundo ele, os preços do cardápio virtual são os mesmos cobrados nos quiosques. A diferença está nas promoções que costuma realizar, como dar a sobremesa como cortesia quando o pedido do cliente chega pela internet. Para oferecer a nova opção ao público do Japs Corner, Falkowicz instalou no site da rede o sistema de um portal especializado em oferecer serviços de restaurantes, que cobra taxa de adesão e um porcentual do faturamento com as vendas realizadas por meio do portal. Pela parceria, Falkowicz paga ao portal 4% do faturamento total com os pedidos que chegam pela rede. "Se eu fosse desenvolver um software e montar a estrutura por minha conta certamente o custo seria maior", afirma. Alexandre Levy, sócio do Prestíssimo Pizza Bar (www.prestissimo.com.br), no bairro dos Jardins, zona sul de São Paulo, recebe pedidos on line desde 2003. "Quando comecei, era um pedido por semana. Hoje são quase dez por dia", compara Levy. De acordo com o empresário, quase todo o cardápio do estabelecimento está disponível para entrega à exceção de algumas sobremesas que precisam ser servidas assim que preparadas. Ele também aceita pedidos de vinhos, que são entregues climatizados para o consumo. Levy afirma que os pedidos pela internet permitiram redução de custo na operação de entrega, uma vez que a probabilidade de erro é menor - é o próprio cliente quem fornece as informações por escrito. "Baixei meu custo e transferi o ganho para os preços, que são até 10% menores quando as solicitações chegam pela internet", revela Levy. Allan Raicher abriu o Bonjour Saladas (www.bonjoursaladas.com.br) em novembro de 2010 e em janeiro deste ano passou a aceitar pedidos pela rede. "A maior parte vem de pessoas que estão conectadas no trabalho e não podem parar", diz. Raicher também fez parceria com um site que 'hospeda' restaurantes e pelo serviço paga um taxa de 4% do faturamento dos pedidos. "As vendas aumentaram e a visibilidade de meu empreendimento também", afirma ele, embora não tenha números que comprovem sua percepção. Wlamir Bello, consultor de Marketing do Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), afirma que a internet é um canal importante para incrementar os negócios de qualquer empresa, principalmente no segmento dos micro e pequenos empreendimentos, aqueles cujo faturamento anual vai até R$ 2,4 milhões. "Pedidos pela internet não necessitam de um atendente, como acontece com o telefone e a probabilidade de erros em pedidos é menor, fatores que diminuem o custo do estabelecimento", analisa.  Bello afirma que a internet traz agilidade e praticidade aos serviços, mas antes de implantar o sistema de pedidos pela rede é preciso verificar se o público do estabelecimento é adepto da internet. "É preciso consultar o público. Se a resposta for negativa, talvez não seja a hora", diz. Ainda segundo ele, a 'hospedagem' em praças de alimentação virtuais é mais barata que o desenvolvimento de um sistema exclusivo, que exige criação de software e contrato com provedor, entre outras etapas. "O custo pode chegar perto dos R$ 50 mil", calcula. Dariane Castanheira, professora do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento da Fundação Instituto de Administração (Proced-Fia), observa que antes de implantar o serviço o empreendedor deve calcular o incremento no faturamento que a mudança irá gerar e em quanto tempo será possível pagar o investimento feito. "O ideal é que não exceda a dois anos", diz.

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