A vitória apertada sobre o Figueirense por 1 a 0, no sábado, ficou bem longe de empolgar a torcida tricolor. Tampouco os jogadores, que admitiram dificuldades e o fraco desempenho contra a equipe catarinense, mesmo jogando no Morumbi.
Ainda assim, segundo o elenco são-paulino, o resultado serviu para dar ânimo e tranquilidade a uma equipe que ainda sente o peso do fracasso na Copa do Brasil, quando perdeu para o Avaí, que culminou com a exposição de desavenças entre o técnico Paulo César Carpegiani e alguns jogadores, principalmente o veterano Rivaldo.
"Não fraquejamos. Uma hora tínhamos que ganhar jogando mal. Em outros momentos nesta situação empataríamos ou sairíamos com a derrota. Foi importante para devolver confiança", disse Jean.
Para o zagueiro Xandão, o gol de Lucas no último minuto de partida, além de evitar mais um desgaste com o torcedor tricolor, que já preparava as vaias ao time, fez com que os são-paulinos enxergassem novamente o poder de reação dos jogadores.
"Sabemos que o futebol apresentado está abaixo do que podemos mostrar. Mas foi importante. Precisamos trazer de volta a torcida para o nosso lado."
Ferida aberta
Carpegiani foi outro que, discretamente, comemorou a vitória suada. Apesar de afirmar não ter preocupação com as críticas ao seu trabalho, o treinador sabe que a pressão da torcida pode atrapalhar os planos do clube em formar uma equipe de jovens valores tricolores. Ele lembrou que a ferida da derrota para o Avaí ainda está aberta.
"Eu acho que é uma fase de transição e é muito difícil recuperar isso tão rapidamente. Não que tenhamos menosprezado o Avaí e isso jamais será esquecido. Só vamos reconquistar a torcida com vitórias para que a garotada também ganhe confiança para mostrar o seu valor", disse o comandante do São Paulo.
No intervalo do jogo com o Figueirense, Carpegiani deu um exemplo claro de mescla entre novos valores e atletas experientes. Tirou o abalado Juan e Fernandinho e pôs o estreante Henrique Miranda e Rivaldo. E a dupla recebeu elogios do técnico, principalmente o novato.
"Henrique Miranda é um menino que eu já queria trazer para o time de cima no ano passado, mas o presidente não me autorizou porque precisava acertar a situação dele. Só vai ter esse progresso com uma continuidade. É um menino, precisa de ajustes, mas é espetacular para a sua posição", avaliou Carpegiani.
O chefe enalteceu o trabalho de Rivaldo nos 45 minutos de partida em que atuou, mas lamentou a falta de um centroavante para ajudá-lo, mesmo tendo William José no banco.
"O Rivaldo vai render mais com um homem de referência na frente. Eu admiro ele, só o trato como os demais."