Quem for ao autódromo de Interlagos, hoje, ou acompanhar a transmissão das duas sessões de treinos livres do GP do Brasil pela SportTV não irá imaginar que Fernando Alonso e Michael Schumacher estão disputando o título mundial. Tradicionalmente os pilotos das equipes mais velozes, no caso Renault e Ferrari, visam muito mais os 300 quilômetros da corrida, domingo, que a sessão que definirá o grid, amanhã. A tendência, ao menos tendo em conta o que se passou nas demais 17 etapas da temporada, é de os terceiros pilotos dos times que podem tê-los, como Honda e BMW Sauber, serem os mais rápidos. A primeira sessão começa às 11 horas e a segunda às 14 horas. Têm uma hora de duração cada.
Alonso e a Renault já não escondem que sua preocupação maior não é receber a bandeirada, depois das 72 voltas, domingo, em primeiro lugar, mas como campeã do mundo, de pilotos, com o espanhol, e entre as escuderias. Hoje, Alonso e seu companheiro, Giancarlo Fisichella, deverão percorrer várias voltas seguidas nos 4.309 metros do circuito, visando conhecer o comportamento do carro da Renault e os pneus escolhidos em condição de corrida, seu maior interesse no fim de semana. Encontrarão seções da pista ainda mais onduladas que nos anos anteriores, como a freada do S do Senna e a Reta Oposta inteira. Certamente haverá reclamações, principalmente pela dificuldade de acertar o carro.
Talvez Schumacher mude um pouco a rotina da sessão da tarde, ao tentar verificar já hoje se o acerto encontrado para sua Ferrari é eficiente também para uma volta lançada, como ocorrerá amanhã no treino classificatório. E nesse caso Schumacher voaria no circuito, estabelecendo provavelmente a melhor marca. É bom não esquecer que não há outro resultado que o interesse: a vitória. Tem a seu favor o fato de seu motor disputar só o GP do Brasil, enquanto normalmente deve resistir a duas provas.
Os dois treinos de hoje darão uma idéia, também, de como Felipe Massa, da Ferrari, e Fisichella poderão atuar, domingo, visando auxiliar Schumacher e Alonso. Apesar de ser a etapa de encerramento do calendário, a prova representa a primeira aparição de Massa e Rubens Barrichello nos seus times, Ferrari e Honda, para os brasileiros. Já hoje um bom público deve comparecer ao autódromo, provavelmente sem a chuva que cai há dias. Nunca em 35 anos de história houve tanto interesse pelo GP do Brasil. Com tantas definições por ocorrerem faz mesmo sentido.