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Opinião | CBF sonda Jorge Jesus, mas busca por técnico deve se intensificar só a partir de maio

No próximo mês a multa de português diminui e a Champions da Ásia termina; Ancelotti ainda aparece como ‘sonho’

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Foto do author Marcel Rizzo

A escolha do técnico da seleção brasileira deve se arrastar por mais algumas semanas. O candidato número 1 ao cargo neste momento, Jorge Jesus, não sairá do Al-Hilal, da Arábia Saudita, antes do fim da Liga dos Campeões da Ásia, em 3 de maio. A multa rescisória do português diminui de 5 milhões de euros (R$ 32 milhões) para 3 milhões de euros (R$ 19 milhões) de abril para maio, o que também explica a paciência da cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Já houve contato entre as partes, mas em um estágio embrionário.

Apesar de o presidente CBF, Ednaldo Rodrigues, e do diretor de seleções, Rodrigo Caetano, afirmarem na semana passada à CBF TV que trabalham para que o Brasil tenha seu treinador na Data Fifa de junho, com jogos nos dias 5 e 10, o cenário se mantém indefinido de quando o substituto de Dorival Júnior será anunciado.

Ednaldo Rodrigues durante reunião na CBF Foto: RAFAEL RIBEIRO/CBF\r\r\r\r

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Não há um nome de consenso para ser interino nos confrontos contra Equador, em Quito, e Paraguai, em cidade brasileira a ser definida. Ramon Menezes, do Sub-20, teve sua interinidade no início de 2023 e não foi bem. Juan Santos, ex-zagueiro da seleção e do Flamengo, estava como auxiliar de Dorival Júnior, mas seu cargo oficial é o de coordenação. Ele não tem experiência como técnico.

Por essa perspectiva, há a necessidade de um nome que assuma imediatamente, ou pelo menos até 18 de maio. Nesta data, a CBF tem que enviar à Fifa a pré-lista de convocados para os jogos de junho. Se não bater o martelo, a coordenação pode escolher os nomes. Rodrigo Caetano e Juan estão observando jogos in loco, pelo Brasil, para produzir relatórios ao novo treinador ou até mesmo para eles, ou um interino, escolherem os convocados.

Ao demitir Dorival Júnior depois da goleada de 4 a 1 para a Argentina, no mês passado, Ednaldo Rodrigues voltou a sonhar com Carlo Ancelotti. O italiano tem contrato com o Real Madrid até meados de 2026, mas a imprensa espanhola o vê enfraquecido no cargo. Caso não vença a La Liga, e principalmente a Liga dos Campeões, há quem aposte em uma rescisão.

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No Campeonato Espanhol a desvantagem para o Barcelona é de quatro pontos, a oito rodadas do fim. Na Champions, o Real começa nesta terça-feira (8) o confronto de quartas de final contra o Arsenal.

A aliados, Ednaldo já disse que gosta muito de Jorge Jesus, acha um nome bom e que vai agradar a opinião pública, mas também sente que pode perder uma oportunidade de ter Ancelotti, ou até outro nome “indiscutível”, em julho, quando acaba o Mundial de Clubes. Inicialmente, a ideia era manter Dorival até o meio do ano, esperar o fim do torneio da Fifa e analisar o mercado. Há a impressão de que se pode abrir um leque de opções.

Em maio, a situação de Ancelotti pode estar mais bem resolvida, assim como a de Jorge Jesus. O Al-Hilal, do português, estará no Mundial, mas Jesus já indicou a amigos brasileiros que toparia rescindir antes pela seleção brasileira. O torneio de clubes começa em 14 de junho e termina em 13 de julho.

O problema é que há o Campeonato Saudita, que acaba apenas em 26 de maio. O Al-Ittihad abriu oito pontos do Al-Hilal, faltando oito rodadas para o fim. Se o time de Jesus entrar em maio na briga pelo título, talvez ele não consiga se desvencilhar até o dia 18. Uma solução pode ser ele fechar, a CBF anunciar e o treinador enviar um auxiliar para convocar os jogadores. Tudo bem embrionário.

Profissionais que atuam no futebol brasileiro, neste momento, estão fora do radar. Filipe Luís, do Flamengo, agradava para um plano de repetir a Argentina, com um ex-jogador jovem cercado por uma comissão de ex-atletas. Mas Ednaldo não quer desfalcar o Flamengo antes do Mundial. Sugeridos, Roger Machado, do Inter, e Rogério Ceni, do Bahia, não empolgaram. Abel Ferreira, do Palmeiras, agrada a Rodrigo Caetano, mas Ednaldo tem restrições pela personalidade explosiva.

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Opinião por Marcel Rizzo

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas foi repórter e editor no Diário Lance, repórter no GE.com, Jornal da Tarde, IG e Itatiaia, colunista na Folha de S. Paulo (Painel FC) e no UOL. Cobriu in loco três Copas, quatro Copas América, Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes e finais de diversos campeonatos.

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