Em sua chegada ao Canindé, ontem, Mário Sérgio, 58 anos, disse que gosta de assumir riscos. Na Portuguesa, terá um prato cheio. Contratado às pressas para substituir Estevam Soares, o novo técnico tem a missão de fazer um bom papel no Campeonato Paulista e comandar o time na tentativa de retornar à elite nacional. O primeiro desafio será amanhã, diante do São Paulo, hexacampeão brasileiro. Mário Sérgio admite que conhece pouco de seus comandados. Por isso, mandará a campo equipe sem alterações em relação àquela que foi derrotada na estreia, contra o Guarani. "Não seria inteligente da minha parte fazer mudanças radicais. Vi apenas o último jogo, é muito pouco", afirmou. A nova comissão técnica tem o preparador físico Flávio Trevisan e dois auxiliares. Um deles, Fernando, é o filho mais velho de Mário Sérgio e chegou a fazer estágio por dois meses no São Paulo, em 2008. Ele descarta que o filho possa dar "dicas" do rival de amanhã. "Ele saiu de lá há três meses, o Muricy muda o time toda semana." Estevam sobreviveu no cargo após o rebaixamento à Série B. O ex-técnico comandou a pré-temporada, mas deixou o clube após a derrota por 1 a 0, em Campinas. "A ideia do Estevam era sair no fim do ano, após o rebaixamento", disse o presidente Manuel da Lupa. "Falamos que a culpa não era dele e o convencemos a ficar". A saída repentina, após o primeiro jogo na temporada, teria sido opção do próprio treinador. "Os reforços vieram, mas depois do jogo contra o Guarani ele achou que era hora de sair", explica o dirigente. "Ele sai da Portuguesa, mas deixa as portas abertas." A contratação de Mário Sérgio, de acordo com Manuel da Lupa, era desejo antigo. "Já tentamos outras vezes. É um técnico que mora em São Paulo e tem visão boa do futebol paulista." Do elenco que recebe, Mário Sérgio conhece bem dois jogadores: César Prates e Alex, com os quais trabalhou no Figueirense, em 2008. Quarto técnico do clube catarinense, foi demitido faltando três rodadas para o fim do Brasileiro, com cinco derrotas, quatro empates e apenas uma vitória. "Guardo ótimas recordações do Figueirense, mas não pude fazer nada para evitar o rebaixamento", diz Mário Sérgio. Ele deixou o time catarinense em novembro, após derrota por 3 a 1 justamente para o São Paulo, rival ao qual volta a enfrentar, desta vez no começo d caminhada na Lusa.