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Tabelinha entre tática, opinião e informação

Cuca e Tite, um duelo à parte no Paulistão

Com seis jogos realizados sob seu comando, o treinador do Palmeiras deu vida ao meio de campo e cara de ofensividade à equipe.

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Por Maurício Capela

A temporada mal começou no futebol brasileiro. A parte mais difícil do ano ainda está por desembarcar e os favoritos de hoje podem assumir o papel de carta fora do baralho rapidamente, assim como os azarões podem alterar a perspectiva.

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É justamente nesse franco diálogo, que o clássico deste domingo tenha dado talvez a melhor contribuição em forma de lembrete. Considerado favorito, com justiça, o Corinthians sucumbiu taticamente ao bom desenho estratégico montado pelo técnico Cuca do Palmeiras.

Linhas adiantadas, movimentação pelo lado esquerdo, flutuação dos atacantes e troca de passes consistentes no meio de campo insinuam outro caminho ao Palmeiras. Os tempos de bola sobrevoando o setor central parecem ter chegado ao fim e a ausência de um sistema de pressão em direção à defesa adversária também.

O Palmeiras de Cuca promete, mas ainda está longe de ser possível imaginar se vai entregar ou não. E aqui não há relação com o resultado, até porque o time viu a derrota de perto que somente não se materializou em função de Fernando Prass.

Portanto, o que deve ser considerado é o sistema de jogo que se constrói no Alviverde. O Palmeiras insinua ser outro.

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Ao Corinthians, cabe alguma reflexão. Também não pelo resultado, mas sim pela maneira como não conseguiu se desvencilhar do Palmeiras. Exibiu fraqueza na primeira bola do setor defensivo, mostrou dificuldades em segurar a movimentação palmeirense consistente pelo lado esquerdo, e viveu de contragolpes esporádicos, fruto da boa velocidade de Lucca.

O Corinthians foi outro. Diferente dos últimos jogos, preso em uma armadilha que ele próprio faz com absoluta maestria, qual seja: a de sufocar o adversário em seu campo de defesa.

Em outras palavras, o Corinthians de Tite ainda não está pronto para uma temporada intensa como a que se imagina para 2016. Falta ainda um jogador capaz de ditar o ritmo no meio de campo. Um papel desempenhado à perfeição por Jadson no ano passado. Encontrar esse meia não é fácil. É artigo de luxo no futebol brasileiro e mesmo mundial.

Em suma, mais uma vez o clássico deste domingo demonstrou claramente que a pressa por resultados desestabiliza objetivo maior. A cobrança desproporcional também. Pressa e cobrança pertencem às arquibancadas, mas jamais devem invadir as confortáveis salas de presidência. Ali, deve reinar a análise e os números, sempre com uma dose reflexiva, que até deve vir carregada de alguma crença, ainda que seja emocional, mas jamais dominante.

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