Na Austrália, futebol ainda é só diversão

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Por Agencia Estado
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Adversária do Brasil na tarde deste quarta-feira, a seleção feminina da Austrália conta, em sua maioria, com jogadoras semi-profissionais. Quase todas exercem outra atividade e nenhuma - sem exceção - deixou de estudar. As mais novas, como a meia Sally Shiphard, de apenas 16 anos, cursam o 2.º Grau, mas todas que ainda não se formaram mantêm-se na escola. "Não é possível viver com o salário do futebol apenas e, por isso, precisamos de outro emprego", contou a meia Heather Garriock, número 8 da equipe, ontem, depois de ter recebido alguns familiares na concentração australiana, em Tessalônica. "Mas nosso futebol está crescendo", acrescentou Tal Karp. Garriock é instrutora numa academia de ginástica e Karp cursa a faculdade de Direito e já trabalha como estagiária num escritório. Nenhuma, porém, pensa em desistir do esporte. Pelo contrário. Em nome do futebol, as duas se sacrificam diariamente. "Treinamos umas duas horas pela manhã, depois vamos trabalhar e voltamos para treinar mais umas duas horas no início da noite", disse Garriock. Embora ainda não faça parte do primeiro escalão, a seleção australiana não deverá ser presa fácil para o Brasil. A exemplo do que afirmou Karp, o país está evoluindo e mostrou isso no último jogo preparatória para a Olimpíada. Derrotou a forte equipe da China por 1 a 0. Contra o Brasil, as meninas da Oceania vão jogar na defesa, explorando os contra-ataques, revelou Garriock. "Temos de tomar cuidado, porque o ataque do Brasil é muito forte. Essa sempre foi a característica do futebol brasileiro", observou. "Mas acredito que podemos vencer." O contra-ataque australiano é a maior preocupação do técnico Renê Simões, que resolveu escalar três zagueiras. Em Sydney, na Olimpíada de 2000, o Brasil bateu as rivais de amanhã por 2 a 1, em partida equilibrada. As duas seleções, curiosamente, estão hospedadas no mesmo hotel em Tessalônica. Embora as atletas e as comissões técnicas se cruzem nos corredores e na entrada principal, praticamente não houve troca de palavras nos dias em que estiveram juntas. "Falamos apenas um bom dia, boa tarde. Vamos nos enfrentar, é normal não haver contato antes do jogo", comentou Simões.

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