O maior mérito do empresário Gerson Rodrigues foi perceber que o off-road não era uma moda passageira: o movimento saiu das trilhas esburacadas, ganhou as cidades e formou público cativo. "É um estilo de vida, no qual as pessoas não são apenas pilotos de jeeps, mas têm preocupação com o meio-ambiente e senso de companheirismo", disse Gerson. Publicitário, ele ressalta, entretanto, que o esporte não é barato. Um jeep custa, no mínimo, R$ 10 mil, mas com acessórios, pode chegar a R$ 50 mil. Por isso, a maioria dos integrantes da "tribo off-road", como define Gerson, é formada por empresários e executivos das classes A e B, acima de 25 anos. "Mas é cada vez maior a presença dos jovens, muitos pais dão jeeps de presente para os filhos." Gerson, que detém os direitos de exploração da marca Jeep Clube do Brasil e comercializa mais de cem produtos com a grife, descreve outra característica do público. "Grandes empresários freqüentam os eventos off-road, mas não gostam de se identificar, pois no esporte, ninguém é melhor do que ninguém." Gerson consegue reunir 3.500 pessoas por semana, no Ibirapuera, no que já se tornou um ponto de referência do off-road em São Paulo. Um exemplo do crescimento do setor vem da indústria automobilística nacional, pois quase todas as montadoras fabricam modelos off-road 4x4. "É uma tendência mundial. Em até seis anos, 90% dos automóveis devem ter tração nas quatro rodas", disse Gerson, que é um dos 260 expositores da Adventure Sports Fair, que termina hoje, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera. Apoiada pela Rádio Eldorado, a feira deve receber público recorde este ano. Os ingressos custam R$12, mas crianças até 10 anos e pessoas acima de 65 não pagam. A feira começa às 10 horas.
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