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Para Carvalho, crise econômica é momento de discutir novo paradigma

Tânia Monteiro, enviada especial ao Rio

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Por gabrielacupani
Atualização:

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, contestou o texto dos telegramas da diplomacia americana obtidos pelo site WikiLeaks que revelam que a Casa Branca qualificou a cúpula como "precipitada", questionou a utilidade do encontro e os gastos que envolveria e ainda tentou convencer outros governos de realizar uma conferência apenas em 2017.  "Em que pese o pessimismo, este é o momento da realização da conferência", declarou Gilberto Carvalho, ao contestar a tese defendida tanto por George Bush, quanto por Barack Obama. "Ao contrário destes senhores, eu penso que justamente a crise que afeta hoje a Europa e os Estados Unidos nos propicia um momento particularmente rico e adequado para a discussão do novo paradigma", desabafou o ministro, ao afirmar que "é preciso lembrar que a Rio 92 foi tratada como um fracasso no final, na época, e hoje ela é considerada um avanço fundamental, um divisor de águas".

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Para o ministro Gilberto Carvalho, a Conferência do meio ambiente "colocou em marcha um processo de mobilização, de tomada de posições por diversos governos". E emendou: "nós agimos corretamente quando reafirmamos a importância de realizarmos a Rio+20 agora e de fazê-la no Brasil, justamente neste momento em que há esta crise de paradigma de grande profundidade".

Ele descarta a possibilidade de a reunião ser um fracasso. "Não posso enfrentar fracasso em um processo tão rico como este porque o documento - espero que não-, mas mesmo que o documento receba criticas, eu alerto que olhem para o conjunto do processo e não apenas para os compromissos  formalmente assumidos pelos países signatários porque quem fizer isso corre o risco de errar como quem o considerou a Rio 92 um fracasso", avisou.

Depois de citar que a Rio+20 " é o maior evento realizado pela Organização das Nações Unidas até hoje do ponto de vista da participação da sociedade", com cerca de 50 mil pessoas no Riocentro, Gilberto carvalho citou ainda que "enquanto em alguns lugares se prega a retração econômica e a recessão e a diminuição de direitos e a democracia , nós afirmamos que o único caminho possível para encontrarmos um caminho real para o desenvolvimento sustentável é colocar mais gente à nesa para discussão". Para Gilberto, é com "erros e acertos" que se chegou a um bom termo e que todos farão um esforço para que, até o último minuto  o documento seja o melhor possível, o mais avançado, o mais capaz de amarrar efetivamente o compromisso de todos os países para o desenvolvimento sustentável".

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