Contra um rival que abusa da virilidade, da catimba e da marcação forte, o atacante Robinho não tem dúvida: o drible, sua principal especialidade, é a melhor arma para desmontar o Uruguai, amanhã, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, e acabar com o jejum de 33 anos sem vitória do Brasil em Montevidéu - a última foi em 1976, por 2 a 1. A ordem é arriscar as jogadas individuais. Fotos, calendário, resultados e mais dos adversários no canal especial "É importante a pedalada ou qualquer outro tipo de drible. Eles marcam forte e é fundamental, logo no início, deixá-los com um jogador pendurado com cartão para recuá-los", explicou Robinho, que promete partir para cima dos uruguaios com a audácia que lhe é peculiar. "Não estou preocupado com as entradas duras. Existe juiz para evitar isso e espero que ele apite corretamente." O atacante acredita que o jogo de amanhã será complicadíssimo. E não somente pela rivalidade histórica entre os dois países, mas também pela qualidade técnica da equipe uruguaia. "Em casa, eles sufocam e fazem muitas faltas", comentou. Além do drible, a receita para superá-los, segundo Robinho, é valorizar a posse de bola e nunca abdicar do ataque. "Espero que a gente possa derrotá-los. Realmente, nunca vi a seleção brasileira ganhar lá." Chegou a hora? "Cada jogo tem sua história. O Brasil tem sempre a obrigação de vencer." SEM COMPARAÇÃO Em 2005, a equipe tinha um quadrado mágico - com Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano - de fazer inveja. Faturou a Copa das Confederações na Alemanha, mas fracassou no Mundial do ano seguinte. O time atual tem nomes mais modestos - Kaká e Robinho são os principais astros -, mas luta por desfecho melhor. "Não dá pra comparar (os times). A maior estrela aqui é a seleção. Apesar de não ser tão badalado, esse grupo também tem excelentes atletas, e nosso objetivo é fazer história", disse Robinho. A começar por amanhã, em Montevidéu. A meta é vencer o Uruguai, superar o Paraguai, quarta-feira, no Recife, também pelas Eliminatórias, e faturar a Copa das Confederações, que começa no dia 14, na África do Sul. Missão longe de ser fácil. "Quero voltar a ser campeão pelo Brasil", afirmou o atleta do Manchester City, certo de que o primeiro obstáculo da equipe é vencer o cansaço. "É final de temporada europeia. Não estamos tão bem fisicamente como deveríamos estar", admitiu. Kaká chegou e saiu calado da Granja Comary - o time embarcou ontem para o Uruguai. Não quis falar sobre sua transferência para o Real Madrid. Robinho, porém, comentou a transação. "A cobrança é forte lá, mas ele já está acostumado com isso", disse o atacante, que teve passagem ruim pelo Real. Para conquistar a torcida, ele disse que o ex-atleta do Milan vai precisar "fazer gols e dar canetas". "Kaká é um craque e dará certo em qualquer lugar."