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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião | Como Leila Pereira e o futebol podem ajudar no Conselhão de Lula: dirigente do Palmeiras foi chamada

Intenção do governo é reunir personalidades de diversos segmentos da sociedade para discutir políticas públicas: presidenta do clube também tem experiência no comando da Crefisa

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Foto do author Robson Morelli

O presidente Lula convocou algumas personalidades de segmentos diferentes da sociedade no que ele batizou de Conselhão para suas políticas públicas. Pediu ajuda. Entre as pessoas chamadas está a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que comanda o maior rival do time de coração do mandatário do País, o Corinthians. Mas como Leila Pereira pode ajudar nesse trabalho que ainda tem como pano de fundo um desenvolvimento econômico e social sustentável, reformas nas políticas públicas propostas e auxiliar na articulação do governo com setores da sociedade, além de mobilizar agentes econômicos do Brasil em novos projetos?

Leila tem alguns atrativos que podem servir nesse processo em função de sua experiência empresarial. É uma mulher de pulso forte que antes de mais nada se preparou para exercer a função que ocupa nas duas frentes, Palmeiras e Crefisa. Certa ou errada, ela não se esquiva de tomar decisões.

Leila Pereira está prestes a abrir uma nova janela em sua rotina além do Palmeiras e da Crefisa: ajudar o Conselhão do presidente Lula Foto: Marcelo Chello / Estadão

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Outra característica que pode servir ao governo é manter o que está dando certo sem necessariamente querer ‘assinar’ todas as obras ou reinventar a roda. No Palmeiras, Leila soube avaliar o que seu antecessor estava fazendo de bom para a comunidade palmeirense.

Leila aprendeu que as promessas no futebol, assim como na política, têm peso, que não são palavras jogadas ao vento e depois esquecidas quando estão no cargo para o qual concorreram. Promessas devem ser cumpridas, renegociadas e jamais abandonadas. Leila sentiu na pele que o torcedor não esquece o que é dito para ele, embora no Brasil se pregue essa cultura da pouca memória das coisas.

A dirigente deverá contar também sobre sua gestão no Palmeiras no sentido de segurar as contas e gastar menos do que arrecada, cortar gastos e não permitir extravagâncias. Coisa que o Brasil precisa. Certa vez ela me contou que diretores e conselheiros abusavam dos pedidos de camisas do time, o que dificultava seu relacionamento com a empresa de material esportivo. Ela defendeu, e fez valer a regra, que todos deveriam comprar suas próprias camisas, salvo homenagens pontuais. Estava certa.

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Na outra ponta de sua carreira como gestora, há a Crefisa, uma empresa com mais de 50 anos no mercado, que é uma financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar no País, sendo especializada em empréstimo pessoal para funcionários públicos, funcionários privados, aposentados e pensionistas. Pela Crefisa, Leila tem um raio-x de boa parte da população brasileira. Pode ser útil nesse propósito.

Como empresária de sucesso, tem ainda contato com boa parte dessa comunidade e pode, com sua imagem, engajar parceiros para alguns projetos sugeridos e discutidos pelo governo. De qualquer forma, Leila Pereira não deve permitir que sua participação atrapalhe suas frentes e também que a bandeira do Palmeiras seja um empecilho para tratar todos os cidadãos da mesma forma, palmeirenses ou não.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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