O próximo passo do Corinthians é se safar do risco de cair para a Série B. Isso pode acontecer já neste sábado, quando o time enfrenta o Vasco, uma das piores equipes do Brasileirão. Para quem tinha uma temporada morta, até que o time de Vanderlei Luxemburgo está se saindo bem. Exceto ainda pela sua posição no Nacional, próximo da zona da bagunça, como diz seu treinador, o Corinthians conseguiu dar uma virada em um ano que prometia ser uma catástrofe.
Com a vitória por 2 a 1 diante no São Paulo na primeira partida da semifinal da Copa do Brasil, a equipe liderada por Renato Augusto está mais perto de repetir a façanha da temporada passada, ao se credenciar novamente para a final da competição. Nada mal para um elenco que até outro dia estava juntando os cacos de derrotas seguidas e nenhuma luz no fim do túnel.

Tem mais. A Sul-americana, que era para ser ‘perdida’ com os garotos recém-promovidos da base, teve uma reviravolta também após o fracasso na Libertadores e agora se impõe como um disputa para ser jogada com mais carinho e atenção. É quase o milagre da multiplicação no futebol. Um time que não tinha nada, agora tem dois torneios ao alcance. O corintiano sonha.
Luxemburgo até já mudou de ideia ao entregar a competição sul-americana para os garotos. Eles fizeram um bom trabalho, mas agora os titulares também vão entrar no jogo. No entanto, tem ainda o Campeonato Brasileiro para resolver. O time ocupa a 15ª posição, com 16 pontos em 15 jogos. Tem uma partida a menos do que seus concorrentes de um jogo adiado por causa dos playoffs da Sul-Americana. Se ganhar do lanterninha Vasco, vai para 18 pontos e sobe degraus na tabela.
Resolver sua condição no Brasileiro não significa almejar algo maior diante de um Botafogo irresistível e de rivais mais bem estruturados como Flamengo, Palmeiras, Grêmio e até o próprio São Paulo, de Dorival Júnior. O Corinthians só quer se afastar da lama. Sou seja, da zona da degola. Era seu único objetivo.
É preciso ressaltar que a guinada na situação do time em nada apaga a má gestão do clube, com gastos e dívidas acima da média é uma sequência nada inteligente de troca de treinadores. Mesmo a despeito dos bons resultados dentro de campo e da paixão sem fim de seu torcedor, o Corinthians continua com péssimos dirigentes. O bom momento, nesse sentido, caiu dos céus para tirar um pouco o seu presidente do foco.
Vale ainda dizer que o futebol pode ser refém de uma campanha para eleição no clube que já pega fogo no Parque São Jorge, com candidatos se acusando nos bastidores e com dossiês encomendados correndo de mão em mão. Aponta para uma baixaria na campanha eleitoral. Em novembro, um novo presidente vai assumir o posto.
Em campo, o time parece longe de toda essa bagunça, mas quem conhece o Corinthians sabe muito bem que futebol e política andam de mãos dadas pelas alamedas do clube. Luxemburgo vai tentar tirar o elenco da bagunça, caso ele mesmo não se meta nela. Seu trabalho ainda é raso porque o time não vem jogando bem. Tem ganhado partidas, mas sem brilho ou confiança. É inegável, no entanto, que a equipe está em seu melhor momento no ano, sob o seu comando e também dos outros técnicos que passaram pelo clube.