SÃO PAULO - Foi apenas o primeiro jogo e o resultado e a atuação foram decepcionantes dadas as circunstâncias, mas aos poucos o estilo Ney Franco começa a aparecer no São Paulo. O treinador escalou quase o mesmo time que vinha sendo utilizado por Emerson Leão e embora tenta produzido pouco, algumas mudanças táticas foram bastante aparentes, a começar do posicionamento do meio-campo. Acostumados a jogar em linha, os jogadores foram reposicionados e Denilson ficou mais próximo à zaga, com Casemiro e Cícero dando o primeiro combate no meio e Jadson mais liberado para apoiar. Osvaldo teve liberdade para atacar.Da mesma forma, como o posicionamento foi outro, a equipe alterou sua forma de marcar. Durante a maior parte do jogo, o São Paulo adiantou sua linha ofensiva e fez o rival dar chutões em muitas oportunidades. As jogadas de bola parada, outro ponto pouco desenvolvido até então, mostraram que serão úteis a partir de agora. As duas principais (e talvez únicas) chances de gol no clássico saíram de cobranças ensaiadas durante toda a semana.Mas nem tudo foi positivo. Assim como o treinador já conseguiu, timidamente, deixar suas primeiras digitais na equipe, os velhos vícios de outros tempos voltaram a dar as caras. A falta de padrão ofensivo foi substituída pela incapacidade de construir jogadas e momentos de apagão coletivo, onde os jogadores se limitaram a assistir ao rival vir para cima mesmo com um homem a menos. O meio recheado de atletas técnicos também não foi capaz de segurar a bola e trabalhar os contra-ataques.Os jogadores reconhecem que a equipe começou a mudar, mas pedem paciência para que a filosofia de Ney seja totalmente absorvida. "Só estamos trabalhando juntos há uma semana, fica difícil falar o que melhorou, mas já deu para ver o posicionamento diferente no meio, algo que funcionou bem especialmente no primeiro tempo. Perdemos um pouco no fim especialmente pelos jogadores de velocidade que eles colocaram, mas é um começo", explicou o goleiro Denis.