Torcedores presos em flagrante

De 32 detidos, 10 foram liberados e 14 responderão por formação de quadrilha no episódio da morte de corintiano

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Por Josmar Jozino e Camila Haddad

Um dia após a morte de um torcedor do Corinthians, em briga ocorrida na Marginal do Tietê perto da Ponte das Bandeiras (zona norte de São Paulo) momentos antes do jogo contra o Vasco pela semifinal da Copa do Brasil (veja mais abaixo), a Polícia Civil apresentou 32 detidos. Dez foram liberados ontem mesmo e os 22 restantes eram corintianos. Desses, 13 adultos e um menor foram autuados em flagrante por formação de quadrilha, rixa com morte e danos ao patrimônio. Os outros oito serão ouvidos e possivelmente autuados pelos mesmos crimes. Todos vão ficar presos. Segundo o Ministério Público Estadual, é a primeira vez que houve prisão em flagrante envolvendo torcedores. O que fazer para acabar com as brigas? Dê sua opinião no bate-pronto Com exceção dos corintianos, apenas um torcedor da Força Jovem, do Vasco, e outro integrante da Mancha Alviverde, do Palmeiras, foram apresentados, mas como testemunhas. Até ontem, a polícia não tinha informações dos vascaínos envolvidos na briga. De acordo com a delegada Margarette Barreto, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, responsável pelas investigações, no ônibus dos corintianos foram apreendidos barras e canos de ferro, facas, rojões, granadas, além de roupas com vestígio de sangue. Margarete afirmou que o ônibus é da torcida Gaviões da Rua São Jorge, uma dissidência da Gaviões da Fiel. Essa torcida já teve problemas em estações do metrô em um jogo contra o Santos. Também foram apreendidos cinco carros, e a polícia investiga se escoltavam o ônibus dos corintianos. A delegada apurou ainda com a PM que esse ônibus estava parado na Marginal Tietê. Há duas versões: uma é que os corintianos fariam um emboscada e outra que houve encontro casual por causa de congestionamento. A VÍTIMA Clayton Ferreira de Souza, de 27 anos, morreu de traumatismo cranioencefálico. Por trás da definição da polícia científica, um rosto deformado pelas pancadas dos torcedores rivais e um corpo saqueado, provavelmente pelas mesmas pessoas que cometeram o crime. "Levaram tudo do meu irmão. Ficou como um bicho atropelado na rua. Está todo deformado, só de meia e cueca. Foi um animal que fez isso. Só animal para espancar uma pessoa até a morte", revolta-se o irmão de Clayton, Amarildo José de Souza, de 36 anos. Clayton de Souza era o caçula de sete irmãos. Um deles palmeirense, os demais corintianos. Só Clayton era fanático. Segundo o irmão Amarildo, Clayton era membro da Gaviões da Fiel e sócio-torcedor do Corinthians. Trabalhava como promotor de vendas em um supermercado e morava na Vila Industrial, no extremo leste da Capital, perto da divisa com Santo André, com a mãe e dois irmãos. VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO 16/02/2009 - No clássico entre São Paulo e Corinthians, no Morumbi, um confronto nos arredores do estádio deixou 21 feridos. Após a explosão de uma bomba no caminho que faziam os cerca de 5 mil torcedores corintianos para sair do estádio, iniciou-se a confusão entre torcida e PM 25/10/2006 - Depois de um tumulto na saída do clássico entre Corinthians e Palmeiras no Morumbi, o saldo foi de um torcedor baleado na perna, três presos e três policiais militares feridos, além de motos depredadas. Durante todo o jogo, houve tumulto nas arquibancadas e algumas bombas explodiram no gramado 16/10/2005 - Um torcedor morre e outros cinco ficam feridos em uma briga entre torcidas organizadas de Palmeiras e Corinthians no Metrô Tatuapé. O confronto, três horas antes do início do clássico no Morumbi, foi agendado pela internet. Seis corintianos foram indiciados pela morte de Diogo Borges, de 23 anos 20/09/2004 - Um ônibus com torcedores do São Paulo e três ônibus de corintianos se encontram em uma esquina na Capital. Na troca de ameaças, o estudante André Feliciano, de 17 anos, é morto com um tiro. Meses antes, Marcos Cardoso, de 16, havia sido morto a pauladas antes de um jogo entre Corinthians e Palmeiras

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