O Ultimate Fighting Championship (UFC) retorna ao Brasil no dia 4 de novembro para seu nono evento em São Paulo – o primeiro desde 2019 – no Ginásio do Ibirapuera. Sem disputa de cinturão, tem em Jailton Malhadinho, 9° do meio-pesado, a luta principal. Além dele, Caio Borralho e Vitor Petrino, com longas séries de invencibilidades, são destaques no card.
No último evento no País, Charles do Bronxs nocauteou Jared Gordon para conquistar sua 15ª vitória por via rápida na categoria. Dois anos depois, conquistaria o cinturão dos leves. O evento em São Paulo, que acontece no dia 4 de novembro, pode ser uma chance de novos nomes brasileiros surgirem em suas respectivas categorias.
Já era uma promessa de Dana White, em entrevista ao Estadão, para o Brasil receber mais eventos após o final da pandemia. Em janeiro, o País sediou o UFC 281; em novembro, tem seu segundo evento da temporada – algo que não ocorria desde 2019, quando o Brasil teve três edições. Até o momento, lutas já foram anunciadas no card, que está sujeito a alterações e a ter novos combates adicionados. Em todas as lutas há a presença de brasileiros.
Colocar promessas e novos nomes no card é uma tendência do UFC para o Brasil. Em janeiro, o evento contou, além das duas lutas principais de Glover Teixeira e Deiveson Figueiredo, com outra série de brasileiros no octógono. David Shaw, vice-presidente do UFC, afirmou à época que, neste primeiro momento, pós pandemia, esta escolha é uma forma de aproximar o público brasileiro.
Em novembro, Jailton Almeida, o Malhadinho, enfrenta Curtis Blaydes pelo peso-pesado. Aos 32 anos, o brasileiro fará a luta principal da noite, que pode colocá-lo em evidência na categoria. Atualmente, ele está em 9° no ranking. O mesmo vale para Petrino e Borralho, nova geração de lutadores, que defenderão, assim como o conterrâneo, suas invencibilidades na organização. Os três estiveram presentes no media day, primeira ação oficial do UFC antes do evento em si, em novembro. Em comum, além do retrospecto favorável no octógono, valências semelhantes: qualidade no jiu-jitsu e um ataque potente, que pode levar à vitória pela via rápida.
Malhadinho
Malhadinho é uma das principais apostas para o cinturão dos pesos-pesados - até pelos próprios lutadores. O brasileiro chegou à organização por meio do Contender Series e fez sua estreia nos meios-pesados; com bons resultados, subiu, por sugestão do próprio Dana White, aos pesados. Tem o objetivo de enfrentar Jon Jones, caso siga evoluindo e conquistando importantes vitórias.
Com o evento principal da noite, Malhadinho lutará pela segunda vez no ano no Brasil. Em janeiro, finalizou – assim como todos os seus combates na organização – Shamil Abdurakhimov, da Rússia. “Depois da minha luta, a arena até ficou mais vazia”, brinca. Natural da Bahia, ele, em diversos momentos, tentou “quebrar o gelo”. Falou de sua torcida para o Vitória e “zuou” o rival. “Sou da Bahia, não da ‘Bahêa’”, diz.
Em seu terceiro combate do ano, projeta uma luta que termine na via rápida, para manter sua invencibilidade. Assim como os outros brasileiros que estiveram presentes no primeiro media-day, não sabe o que é perder: são cinco vitórias desde que foi promovido por Dana White do Contender Series. “Ele tem confiança em mim, sabe que o Brasil precisa ter um campeão do peso-pesado depois de muito tempo.” Desde Fabrício Werdum, o País vive uma seca na categoria – muito pela soberania de Jon Jones.
Vitor Petrino
Petrino destaca sua invencibilidade no UFC. De Santa Luzia, em Minas Gerais, já tem três vitórias desde que entrou na organização e busca a quarta diante do Modestas Bukauskas. Em seu Instagram, coloca em destaque a frase “Imbatível” como sua biografia. É o que mais orgulha o brasileiro – e algo que ele terá que defender em São Paulo, em novembro.
“Sou um cara invicto, mas meu foco sempre foi me divertir, estar me superando nessas ‘guerras’ do UFC. Ser invencível é só um bônus. Gosto de estar lutando, da porradaria. Quando acontecer de eu perder, eu tenho certeza que vai ser mais pelo mérito do meu adversário”, conta.
Petrino gosta de sua rotina e é honesto ao dizer que não conhece tão bem Modestas Bukauskas, que enfrentará no octógono. “Gosto de treinar do dia a dia. Quando vi esse cara (Bukauskas), percebi na hora que seria uma luta divertida, uma luta interessante.”
Caio Borralho
“Nerd” na época da escola, Borralho é uma das apostas dos médios. Ao lado de Petrino, outro invicto desde que entro pelo Contender Series. Nas últimas vitórias, no entanto, foi criticado por não conseguir finalizar seus combates: das últimas cinco, quatro foram por decisão dos juízes. Na mais recente, foi às câmeras após, finalmente, dominar e finalizar o polonês Michal Oleksiejczuk.
“Mesmo assim, dominei todos os combates”, aponta o brasileiro. Mesmo em boa fase, não esconde uma certa insatisfação: após cinco vitórias seguidas, tinha como desejo enfrentar um top 15 da categoria. Nursultan Ruziboev, adversário em novembro, ainda não tem um “nome” no UFC, como o próprio brasileiro destaca.
“Sou um funcionário da organização. O que eles decidirem, vou cumprir.” Apesar disso, garante que, mesmo não tendo seu desejo de enfrentar um top 15 cumprido, não menospreza seu adversário. “Encaro toda luta como se fosse uma disputa pelo título. Nunca menosprezei nenhum adversário, o UFC é uma Olimpíada do MMA. Levo em consideração que eu estou lutando contra o melhor cara do mundo e preciso ser melhor do que ele.”
Em média, os lutadores fazem quatro combates no UFC antes de terem seus contratos encerrados; Borralho brinca que já fez cinco. “Luto todos os dias para ter meu contrato renovado.”
Sonha com o cinturão, assim como qualquer outro atleta, mas terá uma motivação a mais em São Paulo: ainda neste mês, ele aguarda o nascimento de seu primeiro filho. “Já conversei com minha mulher, ela entende minha rotina. Vou precisar focar no camp, mas quero ter os dias primeiros dias (após seu nascimento) só para minha família”, afirma, antes de sua luta em novembro.
Ingressos à venda a partir de 23 de agosto
Os ingressos para o UFC São Paulo começam a ser vendidos na quarta-feira, dia 23 de agosto, em https://www.ticketmaster.com.br/. O card completo do evento será transmitido pelo UFC Fight Pass. Assinantes da plataforma tem acesso à pré-venda nos dias 21 e 22 de agosto. Preços variam de R$ 250 a R$ 1.450.
Assim como em eventos anteriores, os fãs também poderão adquirir pacotes de VIP Experience, ingressos que oferecem experiências diferenciadas e exclusivas, como assentos reservados na luta e na pesagem, fotos com o cinturão dos campeões dentro do octógono, além de meet and greet com atletas e lounge exclusivo com serviço de alimentos e bebidas.
UFC FIGHT NIGHT: BLAYDES x ALMEIDA
- Peso-pesado: Curtis Blaydes x Jailton Malhadinho
- Peso-palha: Angela Hill x Denise Gomes
- Peso-pesado: Rodrigo Zé Colmeia x Don’Tale Mayes
- Peso meio-pesado: Vitor Petrino x Modestas Bukauskas
- Peso-médio: Caio Borralho x Nursultan Ruziboev
- Peso-médio: Rodolfo Vieira x Armen Petrosyan
- Peso meio-médio: Elizeu Capoeira x Rinat Fakhretdinov
- Peso-leve: Elves Brener x Esteban Ribovics
*Card sujeito a alterações; mais lutas a serem anunciadas.