Bruno Junqueira manda o recado: não quer polêmica com Christian Fittipaldi. Depois do acidente na 86a volta do GP de Toronto de Fórmula Indy, disputado no domingo, o clima entre os dois pilotos brasileiros ficou tenso. Mas Bruno já tratou de tentar desfazer o mal-estar. "Não conheço ele muito bem, mas parece ser um cara legal. Foi uma coisa normal de corrida", afirmou. Na próxima sexta-feira, durante os treinos para a etapa de Michigan, eles irão se reencontrar. Será a hora de saber se tudo está realmente em paz. A confusão toda começou quando faltavam nove voltas para o final da prova, vencida pelo norte-americano Michael Andretti. Bruno estava em quinto lugar e Christian vinha logo atrás, em sexto. Na disputa pela posição, Christian tentou ultrapassar por fora, na curva. Bruno quis evitar e os dois foram parar na proteção de pneus. Christian conseguiu voltar para a pista e chegou em 12o lugar; Bruno foi obrigado a abandonar. Na hora, com os dois carros ainda parados no local da batida, Christian ironizou a manobra de Bruno e ficou batendo palmas. Depois, foi ao box da Ganassi para conversar: um papo nada amistoso. Cada um defendeu sua posição e saiu de Toronto com a certeza de que fez a coisa certa no momento do acidente - a culpa foi do outro. Pressão - Esse não é o único problema de Bruno Junqueira no momento. O dono de sua equipe, Chip Ganassi, não costuma ser muito paciente com seus pilotos. Prova disso é que ele demitiu o francês Nicolas Minassian há três etapas, no GP de Detroit, e colocou o norte-americano Memo Gidley no lugar. O motivo da troca: Minassian, que assim como o brasileiro estava estreando na Indy, vinha cometendo muitos erros. Memo chegou e nem assim recebeu um voto de confiança: tem um contrato por corrida. Com relação ao chefe, Bruno garante que está tudo bem. Depois da confusão com Christian em Toronto, o brasileiro foi conversar com Chip. "Ele me falou que não tinha problema, pois eu é quem estava certo", revelou o piloto, que mostra tranquilidade diante da fama do dono de sua equipe. "Existe uma pressão natural. É normal para mim." Bruno está em seu primeira temporada na Indy, depois de ter sido campeão da Fórmula 3000 no ano passado. Somou 23 pontos até agora e disputa com Scott Dixon (Nova Zelândia) o título de melhor novato do campeonato - o rival já marcou 54. Aos 24 anos, este mineiro de Belo Horizonte conseguiu alguns bons resultados até agora no Mundial, como a pole em Nazareth e o quarto lugar em Milwaukee. Além da quinta colocação nas 500 Milhas de Indianápolis, que não é uma prova do calendário da Indy, mas causa grande repercussão na categoria. "Isso conta muitos pontos aqui", admitiu Bruno. Apesar de toda a aparente tranquilidade, Bruno sabe que precisa voltar a marcar pontos. Ele não completou as últimas quatro provas - Detroit, Portland, Cleveland e Toronto. Na verdade, das nove etapas disputadas até agora, em apenas três ele chegou ao final (Long Beach, Nazareth e Milwaukee). "Preciso voltar a fazer uns pontinhos. No começo do campeonato eu estava indo muito bem, mas as coisas não têm dado certo ultimamente. Acontece que toda vez que termino a corrida, eu termino bem", afirmou.
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