Emerson Fittipaldi está negociando a compra da equipe Patrick Racing da Cart. A categoria teve sua sobrevivência garantida na quarta-feira, com a decisão da Corte de Falências de Indianápolis (EUA) de entregar o espólio da Cart para o grupo OWRS (Open Wheel Racing Series). Assim, o brasileiro imediatamente retomou os contatos para a aquisição do time pelo qual, como piloto, ele ganhou as 500 Milhas de Indianápolis de 1989 e o título da categoria - que na época chamava F-Indy - daquela temporada. "Estamos na fase final de negociações. Está praticamente fechado. Creio que em duas semanas estará tudo definido. A Patrick é uma equipe forte, o que me dá muito orgulho??, disse um animado Emerson nesta quinta-feira. Na temporada de 2003, ele foi sócio da equipe Fittipaldi-Dingman e, mesmo adquirindo a Patrick, há uma possibilidade, embora remota, de continuação da sociedade com James Dingman. Pela negociação com a Patrick, o ex-piloto ou será o único proprietário ou será majoritário em uma sociedade. O atual dono, Pat Patrick, não deve continuar na equipe, mas o diretor-geral Jim McGee permanecerá. "Essa é uma condição inegociável??, garantiu o brasileiro, grande amigo e admirador de McGee. Os pilotos da Patrick ainda não estão definidos, mas os brasileiros terão as mesmas chances que os de outras nacionalidades. Irão vencer a briga os que conseguirem os melhores patrocínios. Festa dupla - Emerson acompanhou o leilão em Indianápolis que deu a vitória à OWRS - grupo encabeçado pelos donos de equipes Gerald Forsythe (Forsythe), Paul Gentilozzi (Rocketsports) e Kevin Kalkhoven (PK) - sobre a IRL de Tony George no leilão do espólio da Cart. "Ganhar do Tony na casa dele (George é dono do autódromo de Indianáçolis) é uma vitória muito grande??, comemorou o ex-piloto brasileiro. A vitória teve sabor especial porque, se a proposta da IRL (R$ 13,2 milhões) fosse vencedora, a fusão apreagoada por Tony George significaria de fato o fim da Cart. "Seria ruim para o automobilismo, pois a Cart é uma categoria mais completa que a IRL, que só corre em oval. Aqui, corremos em todo tipo de pista, e tecnicamente nosso equipamento é superior??, analisou Emerson. O OWRS venceu, apesar de oferecer US$ 3,26 milhões, porque garantiu que vai honrar todos os contratos da categoria, pagar as premiações de 2003 e também as dívidas da Cart, compromissos que podem chegar a US$ 100 milhões. Com a vitória do grupo Open Wheel (carro de fórmula, numa tradução livre), a categoria vai mudar de nome, provavelmente para Champ Cars Open Wheel Racing. No Brasil, continuará sendo chamado de F-Mundial. O campeonato comecará dia 18 de abril em Long Beach e deve ter 15 etapas. Repercussão - Mário Haberfeld, que em 2003 estreou na categoria correndo pela Conquest, definiu a vitória da OWRS como uma "ótima notícia??. "A gente sempre acreditou na categoria e a tendência agora é de crescimento, pois o pessoal que comprou é bem-sucedido em seus negócios e não vai brincar??, entende o piloto, que ainda procura equipe para 2004. Vice-campeão da Cart em 2003, Bruno Junqueira, da Newman-Haas, embora se mostrasse favorável à unificação das categorias (Cart e IRL), gostou da decisão. "Esses caras da OWRS são espertos, estão colocando grana no negócio e não vão jogar dinheiro fora. Vai ser bom para a categoria??, acredita o piloto, que ainda tem contrato com o time para este ano.