Ferrari quer solução para sair da crise

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Por Agencia Estado
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Quando a Fórmula 1 se preparava, ano passado, para a disputa da 14.ª etapa do Mundial, como agora - domingo o GP da Turquia estréia no calendário -, Michael Schumacher havia vencido nada menos de 12 vezes. Só não foi primeiro na prova de Mônaco, onde envolveu-se num acidente dentro do túnel. Schumacher disparou na liderança do campeonato, que, para muitos, perdeu a graça. Com os bons resultados de Rubens Barrichello também, a equipe italiana somava impressionantes 202 pontos. Apenas uma temporada mais tarde, Schumacher conquistou uma única vitória, em condições muito particulares, em Indianápolis, e somando-se o que conseguiu com o trabalho de Rubinho a Ferrari chegou a 86 pontos, 3.ª entre os construtores, ou 42,5% do obtido em 2004. A pergunta que está no ar é: o que a Ferrari está fazendo para voltar a lutar pelo título? "A Ferrari não pode pensar em projetar o carro de 2006 sem compreender muito bem o que faz o F2005 não ser tão rápido como alguns de nossos adversários", diz Rubinho, de saída do time de Maranello. Correrá pela BAR-Honda. "Nosso principal problema é de falta de aderência" repete com frequência Jean Todt, diretor-geral da equipe. É apenas uma forma mais elegante de dizer que a causa maior das deficiências da Ferrari são seus pneus, fornecidos pela Bridgestone. "É só trocar o pneu da Ferrari que Schumacher volta a ganhar as corridas", afirmou em Budapeste, sem hesitar, Niki Lauda, ex-campeão do mundo pela Ferrari, em 1975 e 1977. "Não podemos nos permitir deixar de treinar", disse Schumacher, na Hungria, em resposta ao porquê de só a Ferrari testar em agosto. Os demais 9 times da Fórmula 1 respeitaram um acordo de não terem atividade de pista. "O número de quilômetros de testes das 7 escuderias que usam pneus da outra marca (Michelin) é quatro vezes maior do que nós já treinamos", destaca Todt, também para justificar os problemas da Bridgestone. "Nossa saída é fazer o modelo de 2006 avançar mais que os da McLaren e Renault, principalmente, como eles fizeram conosco este ano", comenta Schumacher. "O F2005 é até mais rápido que o F2004, que venceu quase tudo. Mas as novas McLaren e Renault são muito mais velozes que os carros que tinham em 2004", explica o alemão, que dá sinais de sentir-se ainda mais estimulado com a ausência de vitórias. Mas se o campeonato de 2006 ainda dá aos tifosi a perspectiva de uma reviravolta, o Mundial seguinte, 2007, já está deixando até o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, bastante preocupado. A espinha dorsal do grupo, formado dez anos antes, deverá ser rompida. Os contratos dos maiores responsáveis pelo excepcional sucesso da Ferrari nesse período vencem no fim de 2006, como Schumacher, Todt, Rory Byrne, projetista, Ross Brawn, diretor-técnico, e Gilles Simon, projetista de motores. Alguns já anunciaram que vão embora, como Byrne, enquanto outros, apesar de não afirmarem, devem seguir o mesmo rumo, a exemplo de ninguém menos de Schumacher. Se o futuro imediato da Ferrari parece ser cheio de perspectiva, a era pós Schumacher levanta sérias suspeitas sobre sua capacidade de, ao menos de imediato, continuar lutando pelos títulos.

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