Gabriel Bortoleto vai para a disputa de seu terceiro Grande Prêmio na Fórmula 1 em 2025, neste fim de semana, em Suzuka, no Japão. Apesar de ainda não ter pontuado na categoria máxima do automobilismo, o brasileiro tem recebido o devido respaldo de sua escuderia, uma vez que assinou o contrato em um projeto de longo prazo, que incluiu a transição de Sauber para Audi a partir do próximo ano.
A Sauber é uma das piores equipes do grid da Fórmula 1 há praticamente 15 anos. Desde o fim da vitoriosa parceria com a montadora alemã BMW, os suíços não alcançaram as mesmas performances. No campeonato mundial de construtores, sua melhor colocação neste recorte de tempo foi um sexto lugar, repetido em 2012 e 2022 (quando foi batizada de Alfa Romeo).

Em 2024, a Sauber terminou o campeonato na lanterna com apenas quatro pontos. Na atual temporada, logo na primeira corrida, conquistou seis pontos na Austrália com Nico Hülkenberg. Sob chuva, a equipe se aproveitou de vários abandonos e aí mora a principal frustração de Bortoleto. Ele ficou perto da zona de pontuação e esteva na cola do alemão, mas teve de deixar a prova após bater.
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Um dos pontos cruciais que servem de parâmetro para medir o desempenho de um piloto é compará-lo com o companheiro de equipe. Sob esse ponto de vista, Bortoleto vai melhor que Hülkenberg, que tem em sua experiência seu ponto mais forte. O alemão tem 37 anos e está no circo da Fórmula 1 desde 2010, com breves interrupções.
O narrador Galvão Bueno compartilha desse entendimento. “O Bortoleto é um talento. Está em uma equipe com um carro muito ruim. Então, o grande confronto dele nesta primeira temporada é o companheiro dele de equipe. O primeiro grande adversário do piloto de Fórmula 1 é o seu companheiro de equipe. Ele foi melhor nos treinos, mas é preciso a cada corrida ele estar mentalmente muito forte, porque a grande competição dele é com o Hülkenberg, que é bom e experiente. Mas acredito que ele tenha condições de superá-lo durante o ano”.

O brasileiro largou à frente de Hülkenberg, somadas corridas e sprints, em duas das três provas. O mesmo desempenho se repete nas classificações: Bortoleto vai vencendo por 2 a 1 e conseguiu chegar duas vezes ao Q2, segunda fase dos treinos que definem o grid de largada.
“Estou muito feliz com o que tenho e o apoio que a equipe tem me dado até agora. Estou ansioso por mim mesmo para continuar melhorando e crescendo nesse esporte”, afirmou Gabriel Bortoleto.
Ter um desempenho condizente com o nível da equipe não significa que o futuro de Bortoleto não seja promissor. Ao contrário. Campeões mundiais e pilotos vitoriosos na Fórmula 1 também tiveram dificuldades para se estabelecer nas primeiras oportunidades quando chegaram em escuderias pequenas.
Charles Leclerc, hoje na Ferrari e candidato ao título, também começou na Alfa Romeo-Sauber em 2018 e não conseguiu pontos nas três primeiras corridas. Depois, pôde deslanchar com um carro que tinha melhores perspectivas que as atuais. Kimi Räikkönen e Felipe Massa, por exemplo, superaram oscilações na escuderia suíça antes de se consolidar como grandes nomes do século na Fórmula 1.
GP do Japão de Fórmula 1
- 04/04 - 23h30 - Treino Livre 3 - BandSports
- 05/04 - 3h - Treino classificatório - Band e BandSports
- 06/04 - 2h - Corrida - Band