Além das obras atrasadas e da preocupação com o mosquito da dengue, a administração do autódromo de Interlagos enfrentou um novo problema na manhã desta quinta-feira: um protesto de pilotos e mecânicos envolvidos com o automobilismo regional paulista. Sem datas para marcar o início do campeonato, os pilotos foram ao autódromo para reclamar do longo período em que ele ficará fechado para o automobilismo para dois eventos da cidade: os shows de rock da Skol Beats, de 2 a 18 de abril, e o lançamento do carro Pólo, pela Volkswagen, entre os dias 2 e 20 de maio. A Confederação Brasileira de Automobilismo e a Federação Paulista de Automobilismo estão apoiando a reivindicação dos pilotos. "Nós solicitamos para a Volkswagen e à administração do autódromo o período de 30 de abril a 5 de maio para realizarmos a primeira corrida regional", disse Élcio de São Thiago, vice-presidente da Federação Paulista. Atualmente, e até o dia 1º de abril, o circuito está sob responsabilidade dos organizadores do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. A única prova prevista para o próximo mês em Interlagos será no dia 21 de abril, a segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car. "Nada temos contra a Volkswagen, mas o automobilismo paulista não pode ficar tanto tempo sem atividades", explica Paulo Scaglione, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo. Os campeonatos regionais paulistas movimentam entre 180 e 200 pilotos em 10 categorias distintas. As provas de arrancada foram uma bem sucedida iniciativa que ajudou a reduzir bastante os rachas de rua. Segundo cálculos do vice-presidente da Federação Paulista, mais de mil pessoas estão envolvidas nas provas, incluindo mecânicos, funileiros, torneiros e especialistas no trabalho com fibra de vidro. Todos esses trabalhadores estão praticamente sem atividade desde dezembro, quando foi disputada a última etapa da temporada passada.
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