Montoya: volta mais rápida da história

Juan Pablo Montoya estabeleceu não só a pole position do GP da Itália, como atingiu a maior média horária de uma volta na história da F-1.

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Por Agencia Estado
Atualização:

Michael Schumacher estava mesmo falando a verdade a respeito da maior velocidade da Williams em relação à Ferrari em Monza. Juan Pablo Montoya, da equipe inglesa, estabeleceu neste sábado não só a pole position do GP da Itália, 15º da temporada, 1min20s264, como a maior média horária de uma volta na história da Fórmula 1: 259,827 km/h. Schumacher precisou usar os seus quase ilimitados recursos como piloto para marcar o segundo tempo, 1min20s521, na frente do irmão Ralf, companheiro de Montoya, com 1min20s542. A BMW, fornecedora de motor da Williams, teve participação direta no resultado. Rubens Barrichello ficou em quarto. Em 1985, Keke Rosberg, com Williams-Honda, percorreu os 4.719 metros do antigo traçado de Silverstone no tempo de 1min05s591, à média de 259,005 km/h, para largar na pole do GP da Grã-Bretanha. As pistas mudaram, os regulamentos impuseram inúmeras limitações aos projetistas e desde então ninguém completou uma volta com média mais elevada. Coube ao rápido Montoya, neste sábado, quebrar o recorde. "Espero o ano que vem estabelecer ainda outro recorde, o que me impressionou mais foi ter sido dois segundo mais rápido que no ano passado." O colombiano fez o primeiro tempo também em 2001, com 1min22s216, à média de 253,658 km/h. A BMW distribuiu neste sábado um gráfico mostrando a evolução do seu motor. Em 2000 ele atingia 17 mil rpm, enquanto neste sábado, pela primeira vez, ultrapassou os 19 mil (19.050) rpm. Sua potência se aproxima já dos 900 cavalos. Num circuito onde o motor é o componente mais importante no desempenho do conjunto, a BMW cumpriu a sua parte, ao menos no treino de classificação. Neste domingo, ao longo das 53 voltas do GP da Itália, contudo, o desfecho da cena pode ser outro. Contará não só a velocidade como a resistência, do motor e dos freios, em especial. "É realista pensar em vencer amanhã (domingo). Nossos pneus (Michelin) demonstraram também grande consistência", falou Montoya, que ganhou a prova em 2001. A perspectiva agora é quanto à quebra da média horária da corrida. O recorde remonta a uma era ainda mais para trás no tempo, 1971, na mesma pista, mas sem nenhuma chicane, 242,59 km/h, quando Peter Gethin, da BRM, venceu o GP da Itália. Ano passado, Montoya completou a prova em 1hora, 16minutos, 58 segundos e 493 milésimos, à média de 239,103 km/h. "Esse resultado não me surpreende", disse Schumacher. "Já havia comentado que depois do testes aqui, na semana passada, ficou claro que a Williams seria muito veloz." Os novos pneus Bridgestone (Ferrari), produzidos depois do teste, para enfrentar a Michelin (Williams, McLaren), muito bem até agora em Monza, obrigaram seus pilotos a uma estratégia distinta do usual, por utilizarem borracha mais dura. "Nossos pilotos tiveram de completar mais uma volta lançada para eles atingirem a temperatura ideal (100 graus Celsius)", explicou Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, que ontem compareceu ao autódromo. Ele convalesce de uma cirurgia de hérnia de disco. Mais uma vez Barrichello perdeu quase uma sessão inteira parado no box. Neste sábado na primeira parte do treino livre um problema no motor o manteve fora do treino. "Por ter rodado pouco, o quarto tempo não é ruim." Para ele, a Ferrari será mais forte em condição de corrida. "Nos testes da semana passada vimos que estamos bem preparados para a prova." Schumacher acredita, no entanto, que a dupla da Williams irá ser tão veloz quanto ele e Barrichello. Felipe Massa, da Sauber, larga em 14º, mais uma vez na frente do companheiro, o conceituado alemão Nick Heidfeld, 15º. A maioria dos profissionais da Fórmula 1 não se conforma que Peter Sauber o tenha trocado por Heinz-Harald Frentzen a partir de 2003. A emocionante sessão de classificação, ontem, apresentou algumas boas surpresas. A maior delas foi o sexto tempo de Eddie Irvine com a Jaguar RS3B. "Não tenho do que reclamar. Evoluímos de forma significativa, principalmente o motor. Aqui eu tive um carro de corrida nas mãos", disse Irvine. O resultado apenas comprova que o problema da Jaguar é o seu chassi, não o motor. A unidade Ford V-10 usada pela equipe é superior, por exemplo, ao motor Mercedes. Neste sábado Kimi Raikkonen, da McLaren, escuderia da Mercedes, obteve o quinto tempo, mas David Coulthard, seu companheiro, classificou-se atrás de Irvine. Sempre quando o motor é requisitado, a McLaren-Mercedes desaparece, ou seu V-10 explode. Neste sábado também Ron Dennis, da McLaren, e Norbert Haug, diretor da Mercedes, em mais uma demonstração de grosseria e desconhecimento total de causa, foram tirar satisfações com o japonês Takuma Sato, da Jordan, depois de uma acidente com Kimi Raikkonen. Na volta lançada de Sato, Raikkonen, em aquecimento de pneus, cortou a frente do adversário, causando um violento encontro entre ambos. A Jordan ficou destruída. Não bastasse o erro primário de Raikkonen, Dennis e Haug ainda cobraram Sato com sua tradicional arrogância. A direção de prova puniu Raikkonen tirando-lhe o tempo de sua melhor volta. A rede Globo transmite o GP da Itália, ao vivo, deste domingo, a partir das 9 horas.

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