Vôlei feminino: estreantes ansiosas

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Por Agencia Estado
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Sassá, apelido da atacante de ponta Welissa Gonzaga, fez o último ponto da conquista do título do Grand Prix pela seleção brasileira de vôlei. Recém-chegada, Mari ganhou a posição de titular no mesmo torneio. A meio-de-rede Valesquinha, já está consolidada na seleção. E a líbero Arlene é uma estreante de 34 anos. Todas têm em comum a disputa da primeira Olimpíada da carreira e com possibilidade de deixar a Grécia com uma medalha. Arlene confessou estar ansiosa, nesta terça-feira, no primeiro treino das meninas de José Roberto Guimarães em Dekélia, base área que fica ao lado da Vila Olímpica e onde foi construído um centro de treinamento para várias modalidades. "Não sei porque, mas eu não via a hora de chegar aqui, entrar na Vila, ver como eram as coisas, mas quando se entra em quadra tudo volta ao normal", disse Arlene, que extravasa a angústia. A melhor líbero da Copa do Mundo de 2003 ouviu conselhos da veterana Fernanda, que voltou a seleção no ano passado estimulada por estar em um grupo com potencial para ir ao pódio. "Eu sei que a primeira vez dá mesmo muita apreensão, uma Vila enorme, com 10 mil atletas, grandes refeitórios, estrelas de tudo quanto é esporte. Todo mundo sente, a Arlene, a Valesquinha, a Sassá", disse Fernanda que disputará sua terceira Olimpíada. Sassá, menina mais quieta, não demonstra, mas confessa que também viveu uma grande expectativa até chegar em Atenas. "Fiquei ansiosa sim e estava com vontade de chegar logo e ver como tudo é." Disse que não se importa em ser ou não titular, que trabalha para isso, mas pretende ajudar o técnico José Roberto Guimarães que deseja ter uma equipe de 12 atletas e não de seis titulares somente, exatamente como tem sido a seleção masculina. O técnico Zé Roberto elogia as estreantes. Arlene, na sua definição, ganhou a posição ao mostrar, por todos os clubes que passava, que "toma conta da meia quadra no passe e defende muito bem, além de ser fisicamente muito bem dotada". Sassá é sinônimo de coragem em seus 1,80 m. "Não se intimida com o bloqueio e encara qualquer grandona que esteja do outro lado da quadra", afirmou Zé Roberto. Quanto a Mari, considerada uma jogadora fria, Zé Roberto busca uma comparação no futebol. "Ela é muito parecida com o que eu sempre ouvi falar do Garrincha. Não importa se o jogo é contra Rússia, Cuba ou o São Cristovão. Isso é bom." Valesquinha, filha de Aída dos Santos, atleta olímpica do atletismo nos Jogos de Tóquio, em 1964, é definida por Zé Roberto como "pequena gigante". "Olha para ela, como é baixa, principalmente para uma jogadora de meio. Mas tem velocidade suficiente para se antecipar, sabe ler o jogo." Mesmo com um time de craques Zé Roberto não quer saber de previsões de favoritismos. Simplesmente inclui o Brasil numa lista que também tem Estados Unidos, Rússia, China, Itália e a incógnita Rússia. "Já soube que a Sokolova e a Gamova que não disputaram o Grand Prix estão vindo." Sobre as declarações de Ana Paula de que estaria louco ao cortar Leila, Zé Roberto disse que para dar uma opinião como essa seria preciso viver o dia a dia da equipe. "Todas tiveram chance. Foi duro cortar a Leila, mas eu precisava de uma oposto que não jogue passando, mas sim vindo do fundo. A Mari, a Bia e a Elisângela fazem isso."

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