A extinção repentina de equipes bem-sucedidas, assim como aconteceu com o Finasa/Osasco (SP), é um problema recorrente no vôlei feminino brasileiro. Um dos casos mais marcantes ocorreu no início da década de 90, na preparação para os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992. Como consequência do Plano Collor, o esporte no País perdeu algumas de suas principais equipes.
O primeiro estrago veio em abril de 90, quando a Supergasbrás anunciou o fim de sua equipe por falta de adversários - a recessão afastou outros patrocinadores no Rio. Chegava ao fim a maior campeã da década anterior. Em sete anos de existência, conquistou três títulos nacionais e só deixou de disputar a final uma vez (na temporada 1988/89).
Com estrelas como Vera Mossa, Sandra e Roseli na equipe, o time do Rio havia perdido a última final para a Sadia, de São Paulo. No ano seguinte, em 1991, foi a vez de a equipe paulista encerrar as atividades, também alegando falta de rivais fortes. Após conquistar o tricampeonato nacional e o Mundial Interclubes, deixou desempregadas várias jogadoras de seleção, como Márcia Fu, Ida, Ana Moser e Fernanda Venturini.
O vôlei feminino se revitalizou em 1993, quando a Nestlé anunciou patrocínio para a criação do Leite Moça, em Sorocaba, com Leila e Virna. A equipe colecionou títulos (Mundial de Clubes de 1994, tricampeã no Sul-Americana e na Superliga) até 1999, quando já jogava em Jundiaí, e a empresa suíça fez uma mudança de estratégia em seu marketing esportivo, encerrando as ações no esporte profissional.
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