Luizomar volta ao vôlei com um olho na equipe e outro no coração

Técnico do time de Osasco se recupera de uma arritmia cardíaca e sabe que não pode exagerar nas partidas da Superliga

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Depois de sofrer uma arritmia cardíaca, desmaiar durante uma partida da Superliga Feminina e ficar internado na UTI, técnico Luizomar de Moura, do Vôlei Nestlé, de Osasco, tem tomado cuidados especiais com a saúde. Amanhã, às 18h45, ele estará novamente no comando da equipe no segundo jogo dos playoffs das semifinais do torneio, contra o Rexona-AdeS, do Rio de Janeiro. Mas ficará sentado e deixará o auxiliar Jefferson Arosti orientar suas atletas e, quem sabe, dar um outro grito com o time. “O médico pediu para dar uma controlada”, diz Luizomar, que tem 49 anos.

Por recomendação dos especialistas, o treinador passou a usar um monitor cardíaco, que passa as informações para um relógio no pulso. O primeiro teste foi na segunda-feira, quando ele voltou a comandar o time na quadra e teve de ficar o tempo todo controlando a ansiedade. “Os batimentos chegaram a 180 por minuto, mas deu tudo certo. O melhor é que nosso time venceu”, afirma, citando a vitória por 3 a 2 e que deixa sua equipe a uma vitória da decisão.

O técnico Luizomar de Moura, do Vôlei Nestlé, de Osasco, em partida da Superliga Foto: João Pires|Fotojump

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Luizomar sabe que toda essa situação deixa as atletas mais apreensivas. “Meu coração chegou a dar uma subida, e eu comecei a ver as meninas preocupadas. Não posso passar do meu limite. O que não podia era deixar elas perderem o foco. Aos poucos, elas vão esquecendo meu problema, e as coisas vão voltar ao normal. Sei que gostam de mim, se preocupam, e não posso deixar que elas percam a concentração”, comenta.

Limites. O problema de Luizomar ocorreu na primeira partida das quartas de final, contra o Brasília, há quase duas semanas. Em um pedido de tempo, ele acabou passando mal e caiu. As jogadoras ficaram assustadas e ele foi levado da quadra. Acabou indo para o hospital, ficou internado, e agora acha que o pior já passou. “Como não acusou qualquer doença, tenho de entender o ritmo da competição. É intensa, então tenho de ter lucidez para não passar do meu limite.”

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Ele sabe que não pode abusar e entende também que causou preocupação em seus familiares, mas garante que eles entenderam o momento. “Minha família ficou assustada, ainda mais pela forma que foi. É difícil, vivo nessa quadra há dez anos, e ficar fora desse momento para a equipe seria muito complicado. Mas vou tentar colaborar da melhor maneira possível”, explica.

O comandante da equipe não se incomoda em ver o auxiliar Jefferson Arosti fazendo sua função enquanto ele tenta ficar sentado no banco, para se controlar um pouco mais. “É uma dupla direção. O importante é levar o time à vitória. Não importa quem bateu a última bola, quem bloqueou, quem dirigiu. Ainda temos uma longa estrada, diante de um adversário de muito brio e qualidade”, conclui, ciente da força do adversário na semifinal da Superliga. “Desde o ano passado a gente não vencia o time do Rio, que é o mais regular da competição, então precisávamos da vitória para mostrar a força do grupo.”

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