1° de abril: veja 12 tipos de golpes virtuais e aprenda a não cair em mentiras

Entenda como golpistas abordam vítimas pela internet ou pelo celular, conheça as táticas que utilizam para chamar a atenção e como você pode se proteger dos golpes digitais mais comuns

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Atualização:

Golpes virtuais são fraudes cujas vítimas são abordadas por diversos canais digitais, incluindo e-mails, SMS, mensagens no WhatsApp ou links em redes sociais. O objetivo principal desses golpes é roubar dados pessoais e bancários das vítimas ou instalar programas maliciosos (malware) em seus dispositivos.

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Um levantamento do DataSenado, de 2024, revelou que 24% dos brasileiros foram vítimas de golpes digitais e perderam dinheiro com eles.

O Comprova descreve a seguir 12 tipos de golpes virtuais detalhando como os golpistas abordam as vítimas, as táticas que utilizam para chamar a atenção e quais são os seus objetivos. Entenda como se proteger e a quem denunciar se você foi uma dessas vítimas.

 Foto: Projeto Comprova
 Foto: Projeto Comprova

Phishing ou pescaria digital

Como os golpistas abordam as pessoas: Enviando e-mails, SMS, mensagens no WhatsApp ou links em outras redes sociais que levam a sites falsos, como sites da Receita Federal ou outros órgãos do governo prometendo saque de benefícios, por exemplo.

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Que táticas eles usam para chamar a atenção: É comum que usem vídeos ou áudios adulterados com o uso de inteligência artificial imitando a voz de pessoas famosas que levam as vítimas a confiar no conteúdo e clicar nos links maliciosos.

Qual é o objetivo do golpe: Roubar dados pessoais e bancários das vítimas, ou instalar um malware – software malicioso que pode danificar arquivos ou roubar informações – no dispositivo utilizado pela vítima. De acordo com Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia – profissional responsável por garantir a segurança de uma empresa –, o objetivo do golpe pode ser levar a pessoa a instalar na máquina um malware, especialmente se o objetivo for atacar empresas. “O malware é comumente chamado de vírus, mas o vírus depende de um programa para rodar, e o malware não, ele funciona independente do programa. Ele pode monitorar o teclado para roubar dados, pode transformar a sua máquina em zumbi, pode usar sua máquina sem o seu consentimento para fazer outros grandes ataques”, alerta.

Como se proteger: A melhor forma de se proteger é não clicar em nenhum link antes de se certificar que o endereço é confiável, já que, uma vez dentro do site, a pessoa pode facilmente ser enganada por identidades visuais praticamente idênticas à original. Os sites do governo, por exemplo, sempre terminam com “gov.br”, e não com “.com”, “.com.br”, ou “.net”.

A quem denunciar: Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, recomenda que vítimas de golpes anotem todos os dados da pessoa que aplicou o golpe, como nome de usuário, link, telefone de contato. Em seguida, devem procurar a Polícia Civil e registrar um Boletim de Ocorrência (BO), o que pode ajudar em outras investigações sobre o assunto. Se o contato tiver sido feito por uma rede social, é importante denunciar à plataforma.

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 Foto: Projeto Comprova

Golpe do Delivery

Como os golpistas abordam as pessoas: Entregadores de pedidos feitos online entregam ao cliente uma máquina de cartão que dizem estar com visor quebrado. Assim, a vítima não consegue visualizar o preço na tela e acaba pagando um valor abusivo. Em outra versão do golpe, o consumidor recebe uma ligação de uma pessoa que se identifica como funcionário do estabelecimento onde o pedido foi realizado, solicitando o pagamento de uma taxa extra de entrega. Por telefone, a vítima passa os dados do cartão, que é clonado.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Geralmente se aproveitam da boa fé ou desatenção do comprador.

Qual é o objetivo do golpe: Cobrar um valor mais alto do que o do pedido feito pelo cliente ou clonar um cartão.

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Como se proteger: Desconfie de taxas extras cobradas fora do aplicativo em que realizou o pedido, ainda que seja alegado um suposto erro no pagamento original. No caso de pagamentos por cartão no ato da entrega, preste atenção ao valor digitado na máquina e, de maneira nenhuma, digite sua senha caso não consiga visualizar o valor na tela. Outra dica importante é verificar se o entregador não está utilizando o celular para gravar a sua senha digitada na máquina ou até mesmo para fotografar os dados contidos no cartão.

A quem denunciar: O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) recomenda que a vítima de golpe entre em contato imediatamente com o seu banco para bloquear o cartão e contestar a operação. Além disso, é indicado que seja registrado um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil. Outro passo importante é notificar a plataforma em que o pedido foi realizado sobre o ocorrido. Embora não haja uma legislação específica sobre os aplicativos de entrega, eles também têm responsabilidade sobre o dano ao consumidor.

 Foto: Projeto Comprova

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Roubo de contas de Redes Sociais

Como os golpistas abordam as pessoas: Criminosos invadem perfis nas redes sociais ou usam fotografias para se passar por outras pessoas em conversas de WhatsApp, e então pedem empréstimos financeiros para amigos e familiares das vítimas.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Dizem que estão com algum problema, que têm uma emergência ou que não estão conseguindo acessar a própria conta para fazer um pagamento. Em geral, eles criam uma situação que gera uma sensação de urgência, o que acaba afetando a vítima emocionalmente e a impede de pensar com calma antes de agir. Para Paulo Trindade, da ISH, o fator emocional é muitas vezes o que faz com que a pessoa caia no golpe, porque o cérebro acaba gerando uma resposta rápida, e não necessariamente racional. “Gerou urgência? Para e pensa se aquilo não pode te complicar mais. Pense um pouco mais, porque se gerou urgência, tem um alto potencial de ser nocivo”, diz.

Qual é o objetivo do golpe: Conseguir que amigos e familiares das vítimas façam transferências em dinheiro para os criminosos, ou acessar a conta da vítima para aplicar outros golpes.

Como se proteger: Paulo Trindade afirma que é importante configurar a verificação de dois fatores do WhatsApp e nunca fornecer o código para terceiros, além de configurar uma senha, que poderá dificultar a vida do golpista. Outra dica importante é impedir, pelas configurações do próprio WhatsApp, que sua foto de usuário seja vista por pessoas que não estão na sua lista de contatos. Isso pode atrapalhar os planos do golpista de usar aquela mesma foto para se passar por você e pedir dinheiro a amigos e familiares.

A quem denunciar: É importante avisar a amigos e familiares que houve um roubo de identidade e alertar que as pessoas não façam depósitos ou transferências. Em seguida, registrar um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil com o máximo de informações sobre o autor do golpe.

 Foto: Projeto Comprova

Golpe do cupom falso

Como os golpistas abordam as pessoas: Golpistas criam sites falsos ou enviam mensagens oferecendo cupons de desconto para lojas conhecidas. Os links maliciosos solicitam dados pessoais e bancários ou levam ao download de arquivos maliciosos.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Os sites falsos costumam imitar a identidade visual de lojas conhecidas e oferecer produtos com preços muito abaixo do valor de mercado.

Qual é o objetivo do golpe: Cometer fraudes, roubar dados pessoais e bancários ou instalar aplicativos maliciosos no aparelho das vítimas. Segundo Paulo Trindade, o objetivo dos golpes é sempre financeiro e aqueles que oferecem descontos irreais, em geral, são fraudes: a vítima provavelmente irá pagar por um produto que nunca irá receber. Além disso, ainda há o risco de clicar em links maliciosos, instalar um malware e ter a máquina invadida.

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Como se proteger: É importante sempre desconfiar de preços muito abaixo do valor de mercado e não fazer transferências em casos assim. Além disso, vale a máxima de não clicar em links que aparecem nesses sites ou em mensagens nas redes sociais prometendo descontos em lojas conhecidas.

A quem denunciar: Guarde todos os links e informações sobre o golpista e registre uma queixa na Polícia Civil ou em órgãos de defesa do consumidor, se for o caso. Segundo o Idec, esse registro serve como prova de tentativa de resolução extrajudicial posteriormente.

 Foto: Projeto Comprova

Golpe do ‘pix errado’

Como os golpistas abordam as pessoas: O criminoso transfere um valor via Pix para a conta da vítima e, em seguida, entra em contato alegando que foi um erro e pede a devolução para uma terceira conta.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Geralmente, usam da boa fé da pessoa, que aceita fazer a devolução do valor. Mas, após receber o dinheiro em uma terceira conta, eles acionam o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central para facilitar devoluções de Pix em caso de fraudes. Esse pedido acaba levando a instituição bancária a interpretar que se trata de um golpe e devolver o valor à primeira conta: ou seja, a vítima perde o valor, porque ele é estornado depois de ela já ter devolvido para outra pessoa.

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Qual é o objetivo do golpe: Fazer com que a vítima transfira dinheiro para o golpista.

Como se proteger: Para Paulo Trindade, da ISH Tecnologia, a melhor forma de se proteger, nesse caso, é evitar fazer a transferência, porque os mecanismos para reaver o dinheiro não são tão rápidos quanto o Pix. É preciso registrar um Boletim de Ocorrência e, segundo ele, a devolução pode levar até três meses para acontecer. O ideal, nestes casos, é nunca devolver o Pix para a conta de uma terceira pessoa.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recomenda que, ao receber um pedido de estorno de Pix por qualquer motivo, a pessoa deve entrar no app do banco e, dentro das funcionalidades do Pix, escolher a opção de devolução da transação recebida – assim, o dinheiro retorna para a conta de origem. De acordo com o Banco Central, somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano foram feitas 719.853 solicitações de devolução de Pix através do MED, totalizando R$ 1,1 bilhão. Destas, 289.789 foram aceitas total ou parcialmente, somando R$ 30,7 milhões.

A quem denunciar: Guarde informações do golpista, como o telefone usado para fazer contato, a chave Pix, o nome do destinatário da transferência, e registre um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Além disso, a Febraban recomenda que a vítima entre em contato com o próprio banco.

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 Foto: Projeto Comprova

Golpe por mensagem de texto (smishing)

Como os golpistas abordam as pessoas: Mensagens SMS falsas alegam problemas com entregas, contas bancárias ou informam sobre prêmios.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Afirmam que a vítima tem dinheiro ou um prêmio a receber ou que precisam pagar uma taxa para resolver problemas com entregas ou com bancos. É comum que usem gatilhos de urgência e escassez, como a necessidade de pagar para liberar uma encomenda ou para não ter um documento cancelado.

Qual é o objetivo do golpe: Roubar dinheiro ou dados pessoais e bancários das pessoas. Um caso recente de golpe envolvendo smishing foi o da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida. A mensagem levava a um site que imitava a identidade visual do Detran e afirmava que se a pessoa não pagasse uma taxa, teria a CNH cancelada. Como o site foi montado com dados vazados, se a pessoa fornecesse o CPF, um boleto era gerado contendo outros dados da vítima, que acabava pagando aos golpistas.

Como se proteger: Em seu blog, o banco Itaú fala sobre golpes e recomenda que as pessoas nunca cliquem em links enviados por mensagens de texto, nem liguem para números enviados por esses canais. Caso a mensagem gere curiosidade, o ideal é procurar um canal oficial da empresa que supostamente está mandando aquela mensagem e verificar a veracidade. Os Correios também alertam para golpes desse tipo e afirmam que cobranças de taxas para liberar encomendas são fictícias.

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A quem denunciar: À polícia, através do registro de um Boletim de Ocorrência, e aos entes envolvidos no suposto golpe, como a instituição bancária, a empresa que forneceria um prêmio, e aos Correios ou empresa responsável por entregas, caso o golpe envolva uma encomenda.

 Foto: Projeto Comprova

Golpes de chamadas de robôs

Como os golpistas abordam as pessoas: Ligações automáticas com gravações que se passam por órgãos como a Receita Federal ou empresas de tecnologia para solicitar informações ou pagamentos.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Informam dados pessoais das vítimas para dar a falsa impressão de que a ligação é confiável.

Qual é o objetivo do golpe: Roubar informações das vítimas ou fazer com que elas façam pagamentos. Esses golpes são mais sofisticados porque os criminosos possuem uma estrutura montada para o golpe, com uma central telefônica feita para falar com as vítimas como se fossem órgãos oficiais.

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Como se proteger: De acordo com Paulo Trindade, da ISH, é preciso estar atento a esses golpes porque os criminosos usam informações verdadeiras, que enganam as vítimas. “Por exemplo, estamos em época de Imposto de Renda, então vai começar a surgir muito golpe envolvendo o IR e a Receita Federal”, diz. Para evitar cair em golpes assim, as pessoas não devem fornecer informações pessoais ou dados sensíveis por telefone, como senhas de cartão ou códigos de verificação. Na dúvida, é melhor desligar a ligação e entrar em contato com o órgão por meio de um canal oficial.

A quem denunciar: À Polícia Civil ou à Polícia Federal, caso o golpe envolva um órgão federal, e aos próprios órgãos citados pelo golpista.

 Foto: Projeto Comprova

Golpe do relacionamento (catfishing)

Como os golpistas abordam as pessoas: Em aplicativos de namoro, criminosos se passam por pessoas atraentes.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Eles tentam ganhar a confiança da vítima através de suas imagens e depois passam a pedir dinheiro.

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Qual é o objetivo do golpe: Obter dinheiro ou chantagear a vítima. De acordo com Paulo Trindade, esse é um golpe muito comum e que dificilmente ocorre no ambiente de outras redes sociais, que não sejam as redes de namoro.

Como se proteger: Para o especialista, é importante que a pessoa nunca faça uma transferência em dinheiro. “Eu compreendo que às vezes a pessoa está emocionalmente abalada e tem medo de perder aquela pessoa se ela não fizer o Pix, a transferência. Mas, em suma, é golpe. Ninguém que está genuinamente interessado vai querer você só se você fizer uma transferência. Se a pessoa está dependendo disso, é porque talvez ela não seja o par”, alerta.

A quem denunciar: À Polícia Civil. Muitas vezes, a vítima se sente constrangida e tem vergonha de admitir que foi vítima do golpe, mas denunciar casos de catfishing ajuda a identificar criminosos que podem estar aplicando o mesmo golpe em outras pessoas. Como em outros casos, explica Paulo Trindade, aquele que aplica o golpe do relacionamento comete um crime. A depender da situação, ele pode se enquadrar nos crimes de estelionato, falsidade ideológica, extorsão, ameaça entre outros.

 Foto: Projeto Comprova

Golpe do falso emprego

Como os golpistas abordam as pessoas: Se apresentando como representantes de empresas e fazendo ofertas de emprego por e-mail, WhatsApp ou por anúncios na internet. Também é comum que abordem a vítima afirmando que ela foi selecionada para uma vaga de emprego sem que ela tenha se inscrito.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: As propostas contam com promessas financeiras elevadas, com poucas horas de trabalho e muitos benefícios.

Qual é o objetivo do golpe: Tirar dinheiro das vítimas, já que, para iniciar o emprego, o golpista diz ser necessário fazer um depósito ou pagar por um exame ou ferramenta de trabalho, ou roubar dados sensíveis.

Como se proteger: O Serasa alerta que as pessoas desconfiem de ofertas muito tentadoras, com salários e benefícios acima da média, e estejam atentas a alguns detalhes importantes: documentos, por exemplo, costumam ser pedidos após a conclusão do processo seletivo, e não antes ou durante. Também não é comum exigir a realização de cursos preparatórios durante o recrutamento, e exames e testes admissionais são pagos pela empresa, e não pelo funcionário.

A quem denunciar: É importante registrar um Boletim de Ocorrência e, também, denunciar o caso à empresa que, em tese, está oferecendo o emprego. A denúncia deve ser feita pelos canais oficiais da empresa, e não pelo telefone informado no contato pelo golpista.

 Foto: Projeto Comprova

Golpe do plantão

Como os golpistas abordam as pessoas: Entram em contato com funcionários plantonistas de emprego por telefone ou WhatsApp durante o horário do plantão.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Os golpistas monitoram o funcionamento da empresa e costumam contatar o funcionário no horário de plantão, quando sabem que, em geral, não há outras pessoas para prestar apoio em uma tomada de decisão. Assim, eles se passam pelo chefe do funcionário e solicitam informações.

Qual é o objetivo do golpe: A vítima, nesses casos, não é o funcionário, e sim a empresa – o que o golpista deseja é obter senhas e invadir o sistema da empresa onde aquela pessoa trabalha.

Como se proteger: De acordo com Paulo Trindade, é preciso ficar atento ao tipo de informações que o funcionário acaba tornando públicas e que, mais tarde, podem servir para o golpista, como fotos dentro da empresa, utilizando o crachá, ao lado de colegas e do próprio chefe. O golpista pode cruzar esses dados com informações do LinkedIn e, em um horário de plantão, se passar pelo chefe da pessoa.

A quem denunciar: Casos assim devem ser denunciados à Polícia Civil, à rede social por onde eventualmente houve o contato e à própria empresa, que também deve denunciar o caso às autoridades policiais.

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Golpe da caçamba

Como os golpistas abordam as pessoas: Anúncios pagos que prometem o aluguel de caçambas para a coleta de entulhos aparecem nas primeiras páginas de pesquisas em grandes buscadores, como Google e Bing. Quando a pessoa faz a busca, ela é redirecionada para um site, encontra um contato de WhatsApp e começa a conversar com a suposta empresa prestadora do serviço. Os golpistas oferecem um preço abaixo do praticado no mercado e, assim que o cliente realiza a transação via Pix de forma antecipada, o serviço não é entregue e o contato da “empresa” desaparece.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: Os golpistas prometem preços “tentadores”, bem abaixo do praticado no mercado, a fim de persuadir a vítima.

Qual é o objetivo do golpe: Investir em anúncios pagos com a finalidade de tirar dinheiro das vítimas.

Como se proteger: Você pode pesquisar o CNPJ da suposta empresa no site da Receita Federal e consultar o número de telefone presente no Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral. Outra maneira de se proteger é solicitar uma Nota Fiscal (NF) antes de realizar a transação via Pix. Caso enviem a NF, é possível conferir se os dados contidos no documento batem com as informações disponíveis no site da Receita Federal. Além disso, é importante sempre desconfiar de preços muito “tentadores”.

A quem denunciar: É importante acumular provas do golpe, como prints das conversas e registro do número de telefone utilizado. Todos esses dados devem ser reunidos e incluídos no Boletim de Ocorrência, que deve ser registrado junto à Polícia Civil.

 Foto: Projeto Comprova

Mensagem de número desconhecido no WhatsApp

Com tantos golpes virtuais sendo aplicados diariamente, uma mensagem de um número desconhecido é motivo de alerta. Pode ser uma pessoa que conseguiu o seu telefone com alguém e ainda não está salva na sua lista de contatos, mas também pode ser um golpista. Os números usados para aplicar golpes são variados, não têm um DDD ou sequência específica. Por isso, é importante desconfiar sempre antes de passar informações pessoais.

Como os golpistas abordam as pessoas: existem diferentes cenários. Você pode receber um simples “oi” de um contato que usa a foto de um amigo ou familiar, mas um número diferente do que aquele salvo na sua lista. Nesse caso, o golpista se justifica afirmando que a pessoa em questão precisou trocar de número. Na sequência, surge um pedido por dinheiro com urgência, geralmente via Pix. Outro tipo de golpe comum por números desconhecidos é a falsa oferta de emprego. Em muitas abordagens, o golpista pede para que a pessoa clique em links ou forneça informações pessoais, como data de aniversário ou número de cartão de crédito.

Que táticas eles usam para chamar a atenção: as propostas de trabalho contam com promessas financeiras elevadas, com poucas horas de trabalho e muitos benefícios. Já no caso de golpistas se passando por pessoas conhecidas, a mensagem tem um apelo emocional e de urgência.

Qual é o objetivo do golpe: geralmente, o mais comum é tirar dinheiro das vítimas.

Como se proteger:

  • Observe se o número está registrado em um país diferente ou se vocês não possuem grupos em comum.
  • Fique atento a erros gramaticais nas mensagens.
  • Caso o contato utilize uma foto de alguém conhecido, preste atenção se não há uma diferença na maneira de escrever habitual daquela pessoa.
  • Desconfie se a mensagem vem acompanhada de um pedido para clicar em um link ou baixar um aplicativo.
  • Analise se a conversa possui um tom alarmista, como o anúncio de que você ganhou um prêmio ou uma promoção, especialmente se a pessoa do outro lado da tela pedir o compartilhamento de dados pessoais.

A quem denunciar: o WhatsApp não disponibiliza um número de telefone para denúncias, mas oferece outros caminhos caso o usuário queira reportar uma conta suspeita ou se livrar de mensagens indesejadas.

O aplicativo oferece as opções de bloquear e denunciar contas suspeitas. Ao bloquear um número, você deixa de receber dele ligações, mensagens e atualizações de status. Para isso, é preciso ir até a página onde aparece a foto do contato e clicar em “bloquear”. Uma vez bloqueado, a conversa ainda aparece na sua lista, mas o contato não tem acesso a sua foto ou informações de “visto por último” e “online”. Para que a conversa desapareça da tela principal, você pode apagá-la ou arquivá-la.

Outra alternativa é bloquear e denunciar a conta ao mesmo tempo. Ao selecionar essa opção, além de deixar de receber mensagens daquela pessoa ou grupo, você encaminha para o WhatsApp as últimas cinco mensagens da conversa. Dessa forma, a empresa irá analisar se o denunciado violou ou não os termos de serviço da plataforma. Após o envio da denúncia, o denunciante não é contatado pelo WhatsApp nem notificado se o denunciado foi banido ou não do aplicativo de mensagens.

No próprio aplicativo, o usuário do WhatsApp pode bloquear e denunciar contas suspeitas. O usuário denunciado não é notificado sobre a identidade de quem enviou a denúncia ao WhatsApp (simulação feita em um aparelho que usa iOS) Foto: Reprodução

Um terceiro mecanismo é o bloqueio de um alto volume de mensagens recebidas por números desconhecidos. Essa opção pode ser ativada ao acessar “configurações > privacidade > configurações avançadas”. Com a medida ativada, o WhatsApp bloqueará mensagens de números desconhecidos quando elas ultrapassarem um volume determinado. Esse limite não é identificado pelo aplicativo. Os demais contatos ainda poderão enviar mensagens normalmente. Mas assim que a taxa de mensagens do número desconhecido voltar ao normal, a plataforma deixará de bloquear as mensagens.

Fontes que consultamos: Para esta checagem, o Comprova conversou com o especialista em segurança digital Paulo Trindade, Onsite Security Services Manager da ISH Tecnologia, utilizou dados do Banco Central e também consultou sites da Febraban, Banco Itaú, Idec, Correios e Serasa.

Desconfiou que é golpe? O Comprova pode ajudar a verificar: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, eleições e possíveis golpes digitais e abre verificações para os conteúdos duvidosos que mais viralizam. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: O Estadão Verifica publicou uma matéria mostrando como criminosos usam inteligência artificial para manipular vídeos de pequenos influenciadores e aplicar golpes nas redes sociais; o UOL Confere mostrou ser falsa a mensagem que falava sobre um sorteio conjunto para prêmios da Claro e da Vivo; a AFP Checamos mostrou que era falso um site que prometia consultar valores a receber usando uma cópia do portal do governo. A Agência Lupa criou um site que mapeia golpes digitais e orienta vítimas de fraudes.

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