Uma eleitora de Manaus, no Amazonas, foi surpreendida ao comparecer à seção eleitoral para votar e perceber que o campo no qual registraria sua assinatura, no caderno de votação, havia sido preenchido com a digital de outra pessoa. Um vídeo gravado após o episódio circula nas redes sociais com a alegação falsa de que teria ocorrido fraude nas eleições do município. Na verdade, o que ocorreu é que uma pessoa analfabeta registrou a digital no caderno de votação no campo errado. A eleitora manauara que gravou o vídeo com a reclamação conseguiu votar normalmente.
O vídeo repercutiu nas redes sociais neste domingo, 2. Na gravação, a eleitora relata que alguém votou no lugar dela e que a digital registrada não confirma sua identidade. A pessoa que está gravando mostra a seção 844, da 1ª Zona Eleitoral e diz que o caso ocorreu no colégio eleitoral UniNorte, no centro de Manaus. No final do vídeo ele sugere que "foi constatado fraude nas eleições de 2022 em Manaus".
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), o caso realmente ocorreu em uma seção pertencente à 1ª Zona Eleitoral. Conforme informado por meio de nota, a chefe de cartório verificou que uma pessoa analfabeta havia colocado a digital no local indevido. No entanto, isso não impediu a eleitora de votar. A eleitora gravou um vídeo agradecendo ao tribunal pelo atendimento e confirmou que conseguiu votar. Veja abaixo.
Em Manaus, Jair Bolsonaro (PL) teve 53,55% dos votos. Lula (PT) ficou com 37,02%, Simone Tebet (MDB) 5,15% e Ciro Gomes (PDT) 2,80%.
Erros de mesários são casos isolados
Circulam nas redes sociais vídeos em que pessoas afirmam que outros eleitores teriam votado em seu lugar. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), esses são casos isolados. "É possível que haja esse tipo de situação em razão de equívoco na identificação de eleitores", informa o órgão em nota. "Isso decorre de erro de procedimento do mesário na localização dos respectivos nomes no caderno de votação, podendo resultar em assinatura no campo errado do caderno, acima ou abaixo do devido, ou mesmo a liberação do voto para o título eleitoral de pessoa diferente da que compareceu naquele momento para votar".
Por que a urna eletrônica é segura?
Como já mostrou o Estadão, desde 1996, quando as urnas eletrônicas começaram a ser usadas no País, nenhum caso de fraude contra o sistema foi comprovado. Cada um dos equipamentos utilizados durante a votação tem 30 camadas de proteção e eles só rodam com o software do TSE. Outro ponto importante é que as urnas não são conectadas à internet - e elas foram desenvolvidas para que essa possibilidade nem exista, o que as torna invulneráveis a ataques hackers.
No último fim de semana, a ONG Transparência Eleitoral Brasil informou em relatório que não houveram inconsistências que pudessem comprometer a segurança do sistema eletrônico de votação. A organização teve 90 observadores distribuídos em 14 Estados.
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