É falso que a foto de uma modelo destruindo um boneco faça parte de uma campanha a favor do aborto, ao contrário do que afirmam publicações no Facebook. Na verdade, a imagem é da fotógrafa Melissa Trotter, que faz ensaios com temas macabros e de terror. O clique faz parte de uma série chamada "Baby Smash", com a modelo Ashley Rich.
Na foto, a modelo está suja com sangue falso e destrói um boneco. A imagem foi publicada em janeiro de 2018. O estúdio responsável, Stolen Innocence Photography, se define como especializado em ensaios com temas sombrios e de terror.
A página da fotógrafa publicou uma nota em junho do ano passado, quando o boato já circulava em espanhol em outros países da América do Sul, desmentindo o significado pró-aborto. "Isso não foi, não é, e nunca será sobre aborto. Seria legal se as pessoas não usassem minhas fotos para defender uma causa baseada em mentiras", escreveu Melissa na ocasião.
A Agência Lupa também verificou este conteúdo.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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