Vídeo de Lula no Amapá tem áudio adulterado para inclusão de vaias contra o presidente

Gravação com gritos de ‘o ladrão chegou’ foi retirada de um vídeo feito no Congresso em 2023

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O que estão compartilhando: vídeo que mostraria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo vaiado pelo público durante um evento no Amapá na quinta-feira, 13.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O vídeo que circula nas redes sociais foi adulterado para incluir um áudio gravado em dezembro de 2023, quando o Congresso promulgava a Reforma Tributária. Na época, parte da oposição recebeu Lula com vaias.

Vídeo de Lula no Amapá tem áudio adulterado para inclusão de vaias contra o presidente Foto: Reprodução/TikTok

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Saiba mais: o vídeo checado foi publicado no TikTok e conta com cerca de 217 mil visualizações. As imagens são de uma cerimônia em Macapá ocorrida na última quinta, 13, para entregar terras da União ao governo do Estado do Amapá e um Conjunto Habitacional.

Na rede social em que o vídeo foi publicado, os usuários podem agregar áudios aos vídeos. Foi o caso da peça analisada, que usou um áudio extraído de um vídeo gravado no dia 20 de dezembro de 2023.

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Na ocasião, Lula foi ao Congresso Nacional para participar da promulgação da Reforma Tributária e parlamentares da oposição receberam o presidente com gritos de “ladrão’". Em uma gravação feita pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), é possível identificar que o áudio é o mesmo agora usado no vídeo checado. A publicação enganosa ainda usa um outro áudio, gravado em uma manifestação bolsonarista, com os dizeres “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.

As imagens que aparecem no vídeo adulterado foram retiradas da transmissão ao vivo feita pelo canal do Governo Federal no YouTube (a partir do minuto 6:15). Naquele momento tocava o hino do Estado do Amapá na cerimônia. Não há vaias do público na gravação e não há notícias na imprensa de que tenha havido vaias a Lula no evento.

Como lidar com postagens do tipo: não é a primeira vez que vídeos têm o áudio alterado para incluir manifestações contrárias ao presidente. No mês passado, o Verifica mostrou que um vídeo do ato em memória ao 8 de Janeiro teve o áudio adulterado para incluir gritos contra Lula. Em casos assim, vale analisar a gravação e buscar por fontes confiáveis que possam comprovar que determinado episódio ocorreu.