''Vamos plantar só niagara'', dizem os irmãos Adriano Aparecido e José Roberto Ramazoti, que plantam 2 hectares com outro irmão, Odair, e o pai, José, na Chácara Santa Maria, em Jales (SP). Na região há só um grande produtor, com 50 hectares de niagara. A maioria cultiva até 5 hectares. Na última safra, os Ramazoti tiveram produtividade de 30 toneladas/hectare e venderam o quilo de niagara por R$ 3,20. Por isso, a família está ampliando a área de plantio em 25%, com mais niagara. ''O custo-benefício, se comparado com a variedade itália, é enorme: o custo de produção é 40% menor, gastamos menos com defensivos, não precisamos contratar mão-de-obra e o preço da fruta foi infinitamente valorizado'', diz Adriano. Mas para isso, segundo José Roberto, foi necessária a presença indispensável do agrônomo com orientações técnicas. ''RADINHO'' No caso do meeiro Manoel Tomaz de Oliveira, a facilidade de tocar uma plantação que exige menos mão-de-obra foi fundamental na troca de variedade. A parreira de 1 hectare do Sítio Fazendinha - que neste ano foi ampliada em 50% - é tocada só por ele, a mulher e um filho de 17 anos. ''Seria impossível fazer isso numa plantação de itália'', explica. ''Aqui dá até para ouvir o radinho'', diz ele, mostrando o aparelho que guarda no bolso enquanto faz a manutenção do pomar. ''Com a itália, a colheita é mais difícil, pois os frutos são mais sensíveis; há necessidade de fazer o raleio das frutas, a conformação dos cachos e ainda na colheita é preciso contratar mão-de-obra'', conta. ''E a aplicação de defensivos cai pela metade, ou menos.'' Oliveira fica com 30% do lucro líquido. Os restante fica para o patrão, o viticultor José Edgar Mazeto, que até erradicou seu cultivo em Jundiaí. Em 2007, o pomar de Jales rendeu 21 toneladas, vendidas por R$ 3,40 o quilo da fruta. ''Para este ano deverá render mais ainda'', completa, sorrindo, Oliveira.